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2ª safra: Clima colabora e produtores alcançam alta produtividade de milho
É o que confirma o produtor Carlos Spies, de Novo Sarandi, interior de Toledo. Ele começou a colheita na terça-feira (09) e está alcançando uma média de 300 sacas por alqueire. Diante do clima, a produtividade está dentro do esperado, sendo boa, comenta. Contudo, o agricultor lamenta que uma área cultivada com milho foi atingida por fortes ventos. O mesmo ocorreu em outras lavouras. Nestas áreas a colheita é mais difícil e, com isso, o custo é mais elevado, pois o milho sofreu tombamento, revela.
Se da produção não é possível reclamar, tendo em vista que o clima colaborou, da rentabilidade a queixa é certa. Carlos avalia que o preço esteja defasado em relação ao custo. A saca de milho está sendo comercializada a R$ 19 e, conforme adianta o engenheiro agrônomo da Coamo de Nova Santa Rosa, Everton Luis Revay, não há perspectiva de que haja mudanças. Dificilmente o preço vai mudar em relação ao cenário atual, pois os estoques estão altos. Então não acredito que haverá novidades neste sentido, declara.
Em uma análise geral, o agrônomo enaltece que a produtividade do milho 2ª safra na região de Nova Santa Rosa está acima da expectativa que produtores tinham inicialmente. Isto porque, afirma, o início da safra foi um pouco prejudicado em função do ataque de percevejo. O ataque foi muito grande e de difícil controle no início, diz. Mas muitas áreas foram bem conduzidas, até em função do percevejo, e com isso o produtor investiu mais para que o milho viesse a se recuperar com adubação nitrogenada e adubos foliares. Então o reflexo está ocorrendo agora com a colheita, comemora.
Revay frisa que a produtividade está além do esperado e em algumas áreas chega a alcançar até 350 a 370 sacas por alqueire. O clima durante o andamento do milho 2ª safra foi excelente. Ocorreu tudo dentro da normalidade, com chuvas regulares no período, cita o profissional, segundo o qual, a antecipação no cultivo da cultura permitiu que a lavoura escapasse de possíveis geadas. A antecipação foi possível em função do plantio e colheita de soja ter sido adiantados também. Infelizmente tivemos um período de estiagem no fim de dezembro e início de janeiro, o que prejudicou algumas lavouras e fez com que a colheita da soja acontecesse antes, possibilitando o plantio antecipado do milho, relembra.
Com previsão de chuva e na próxima semana indicando que pode voltar a esfriar, o engenheiro agrônomo chama atenção de que esses fatores podem interferir na qualidade do grão. Pode ocorrer de alguns materiais apresentar grãos brotados, explica, emendando: Hoje o milho apresenta excelente qualidade e não está havendo grão ardido. Se vier a ocorrer chuvas excessivas e por um longo período, acompanhada por umidade e frio, isso pode ocasionar o brotamento de alguns grãos em espigas. Aí haverá o problema de grãos ardidos, baixando a qualidade do milho. Em alguns casos que foram registrados em outras safras, houve milho de baixo padrão em função dessa qualidade, expõe.
Fonte: O Presente Rural

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações
Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.
As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso
Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.
Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.
Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais
Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).
O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.
O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.
O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.
A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.
Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.
O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira
Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.
O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.
De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.
A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.
O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.
