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22º SBSA debate desafios de logística e comunicação
Especialista Ricardo Souza debateu os principais entraves logísticos da cadeia produtiva e a jornalista Eveline Poncio destacou a importância de uma comunicação efetiva no agronegócio.
A burocracia excessiva, a insegurança jurídica e o complexo sistema tributário estão entre os principais entraves para nossa cadeia produtiva aumentar seu potencial. É driblando essas ineficiências do Custo Brasil e apostando em tecnologia que os setores logísticos poderão se aperfeiçoar e fazer com que a produção nacional encare os principais concorrentes globais com mais competitividade. O assunto integrou a programação do Bloco Mercado, na terça-feira (05), primeiro dia do 22º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), no parque de Exposições Tancredo Neves, em Chapecó (SC).
O especialista em logística nacional e internacional, Ricardo de Souza, apresentou ao público custos operacionais no Brasil, a infraestrutura logística no País, estabeleceu comparativos com a realidade nos Estados Unidos e, ainda, compartilhou processos adotados pela Aurora Coop e iniciativas inovadoras que a cooperativa tem praticado neste segmento.
Nosso país ainda tem muito para avançar enquanto estrutura e desburocratização em termos logísticos. De acordo com dados trazidos por Ricardo, o custo logístico no Brasil hoje supera 12% do PIB e é 58% mais caro que nos Estados Unidos. Sendo que 6,8% desse total são gastos somente com transporte, enquanto nos EUA esse custo bate 5%, uma diferença de 1,8%, que equivale a R$ 156,6 bilhões.
“Nossa grande dificuldade em termos estruturais, hoje faz com que nossos custos aumentem muito, seja por causa de rodovias precárias ou fatores como a baixa disponibilidade de outros modais, como ferrovias e hidrovias. Esses meios de transporte alternativos agora até começam a ganhar um ânimo diferente e novos projetos, como a ferrovia para ligar Chapecó a Cascavel, no Paraná, mas que será uma realidade somente em longo prazo”. Por isso, enquanto obras como essa não se concretizam, o setor privado não pode ficar parado esperando. “Para manter a economia efetiva, com empresas saudáveis, nós, o setor privado, temos que efetivamente tomar a ponta. O privado tem que mostrar o caminho, dar o direcionamento para que o setor público possa nos auxiliar naquilo que for possível”, salientou Ricardo.
Para além dos investimentos públicos em infraestrutura, as empresas precisam buscar soluções tecnológicas para resolver seus gargalos. Citou como exemplo uma empresa que investiu em tecnologia artificial para desempenhar uma tarefa de documentação no setor de exportação, reduzindo de 40 para 10 minutos o preenchimento de dados e trazendo mais segurança para a operação. A cooperativa também é uma das primeiras do País a implantar veículos 100% elétricos. “São alternativas que ajudam a manter a competitividade em relação aos outros países”.
O especialista ainda chamou a atenção para a mudança na dinâmica de logística e consumo acelerada pela pandemia. Segundo Ricardo, as empresas precisam estar mais atentas e próximas do consumidor, estreitar relações e estar prontas para se adaptar às novas exigências do mercado. “Uma agroindústria, por exemplo, vai ter que ser além de uma fornecedora de alimentos, uma empresa de tecnologia. Isso é inevitável. Precisamos sim de mais estrada, mas também necessitamos de mais tecnologia e flexibilidade, além de estar perto do consumidor e conhecer suas necessidades”, pontuou.
Comunicação entre agro e sociedade
A jornalista Eveline Poncio encerrou os debates do Bloco Mercado do SBSA, abordando os desafios enfrentados pela comunicação do agronegócio. Na medida em que chega a mercados cada vez mais exigentes, o agronegócio precisa aprimorar suas estratégias. Seja para mostrar a qualidade do seu produto ao mercado externo ou apresentar ao consumidor interno cada processo pelo qual o alimento passa até chegar a sua mesa. “É preciso comunicar melhor as ações do agro e criar um discurso mais abrangente, acessível a toda a sociedade”, destacou.
Eveline ainda ressaltou que é fundamental criar pautas propositivas, que divulguem os avanços do setor, e combater com urgência todo o tipo de desinformação a respeito do agronegócio. “A gente combate isso com presença nas mídias de massa, com uma comunicação clara, objetiva e disponível”.
Ainda dá tempo de participar
As inscrições para o 22º SBSA continuam durante o evento. Os valores são: R$ 600,00 (presencial) e R$ 500,00 (virtual) para profissionais e R$ 460,00 (presencial) e R$ 400,00 (virtual) para estudantes. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições serão concedidos códigos-convites. Nessa modalidade há possibilidade de parcelamento em até três vezes. O acesso para a 13ª Poultry Fair, que acontece em paralelo ao Simpósio, é gratuito, tanto presencial quanto virtual, assim como para o pré-evento.
O 22º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa, da Prefeitura de Chapecó, do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
Confira a programação desta quarta-feira (06) do 22º SBSA
Bloco Abatedouro
08h “Sistema de inspeção através do autocontrole”
Palestrante: Liris Kindlein
(15 minutos de debate)
09h “Qualidade de pintos na primeira semana: reflexos no abatedouro”
Palestrante: Andrew Bourne
(15 minutos de debate)
10h Intervalo
10h30 “Manejo pré-abate: jejum x abate”
Palestrante: Hirã Azevedo Gomes
(15 minutos de debate)
11h30 “Problema respiratório a campo: bronquite X E. Coli”
Palestrante: Alberto Back
(15 minutos de debate)
12h30 Intervalo almoço
Bloco Sanidade
14h “Alternativas aos antibióticos e promotores de crescimento para a saúde das aves”
Palestrante: Mariano Miyakawa
14h45 “Impacto econômico da retirada dos antimicrobianos”
Palestrante: Inês Andretta
15h30 Mesa redonda
15h45 Intervalo
16h “Adenovírus aviário: uma doença emergente?”
Palestrante: Haroldo Toro
(15 minutos de debate)
16h45 “Vacina e saúde intestinal”
Palestrante: Michael Kogut
(15 minutos de debate)
19h Happy Hour
Notícias
Com apoio do Estado, produtores discutem melhorias na qualidade do queijo artesanal
Evento em Itapejara d´Oeste reúne produtores de leite e queijo, com objetivo de colocar o leite paranaense e subprodutos da cadeia no mercado mundial.
A busca pela excelência de qualidade do queijo paranaense, desde a produção do leite até o consumidor final, foi discutida nesta quinta-feira (21) em Itapejara d’Oeste, no Sudoeste do Estado, durante o Inova Queijo. O evento reúne produtores e queijeiros da agricultura familiar da região Sudoeste e conta com apoio do Governo do Estado.
“Nossos queijos estão entre os melhores do Brasil e até do mundo, com premiações que enchem de alegria e orgulho todos nós que estamos nesta caminhada”, disse Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento em Pato Branco.
“O Paraná é grande na produção de leite, abrigando em seu território a segunda maior bacia do País e caminhamos para ser também um dos principais produtores de queijo e derivados tanto em ambiente industrial quanto artesanal”, afirmou.
Segundo ela, o Estado tem contribuído com programas de apoio à produção leiteira e à transformação em agroindústrias, como o Banco do Agricultor Paranaense, com equalização integral de juros para financiamentos à agricultura familiar. E também ajuda na comercialização, com a regulamentação do programa Susaf, que possibilita ampliar o mercado estadual para agroindústrias familiares que demonstrarem excelência no cuidado higiênico-sanitário.
“Temos que ter em vista o mercado mundial. Ninguém vai dizer que isso é fácil. Mas todos vão concordar que é um caminho a traçar, de preferência olhando sempre em frente, que não tenha volta”, disse Leunira.
Segundo dados da Aprosud, o Sudoeste conta com 20 agroindústrias vinculadas à associação, que comercializam por mês mais de 17 toneladas do produto. Além disso, a notoriedade do Queijo Colonial do Sudoeste também está atrelada a existência de produtores em todos os 42 municípios da região.
A gerente-regional do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Rosane Dal Piva Bragato, destacou que o setor não é apenas fonte de emprego e renda para a região Sudoeste. “É também um símbolo da nossa identidade e tradição”, afirmou. “O trabalho em parceria e a troca de conhecimentos são fundamentais para fortalecer o setor e para abrir novas oportunidades de mercado”.
Além da prefeitura de Itapejara d’Oeste, que sediou o evento deste ano, e dos órgãos estaduais, o Inova Queijo tem em 2024 o apoio da Associação de Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Sebrae/PR, Vinopar e Cresol.
Indicação geográfica
Em 2023, o queijo colonial do Sudoeste do Paraná teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com tradição e notoriedade devido a produção do Queijo Colonial, a expectativa é que o Sudoeste do Paraná em breve obtenha o reconhecimento na forma de registro com Indicação de Procedência (IP)
Notícias
Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná
Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.
De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.
A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!
A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.
Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.
Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!
Colunistas
Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical
Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.
O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.
É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.
Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.
Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.
Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.
A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.
A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.
Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.
Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.
Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:
- Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
- Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
- Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
- Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
- Recuperação de pastagens degradadas;
- Integração lavoura-pecuária-floresta;
- Gestão integrada da paisagem.
A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.
Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.
Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.