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20ª Semana do Pescado termina com crescimento nas vendas de peixes e derivados
Campanha nacional foi marcada por promoções, festivais gastronômicos, ações sociais, cursos e capacitações visando incentivar consumo do pescado em todo Brasil. Balanço da 20ª Semana do Pescado, indica aumento de 35% em vendas no Brasil. Novamente, adesão integral de estados e Distrito Federal potencializou cadeia produtiva da federação.

Durante quinze dias, setores produtivos se uniram para ampliação da oferta de peixes e frutos do mar. A Semana do Pescado impulsionou a indústria, supermercados, peixarias, restaurantes, feiras livres, pontos de venda no atacado e varejo, ampliando participação popular. “Semana de Pescado esse ano foi muito especial. Além de comemorar 20 anos da campanha de incentivo à comercialização e consumo de peixes e frutos do mar, conseguimos ampliar adesão e engajamento do setor público e privado”, comemora o Altemir Gregolin, Ex-Ministro da Pesca e Aquicultura, presidente do IFC Brasil, e membro da Coordenação Nacional do evento.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
Abertura oficial da campanha no Hipermercado Carrefour, Jardim Pamplona Shopping, Jardim Paulista, em São Paulo, teve presença do ministro da Pesca e Aquicultura André de Paula, membros da coordenação nacional da Semana do Pescado, além de empresários e formadores de opinião. O ministro também esteve na cerimônia de abertura do Rio de Janeiro, no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, no alto do Morro do Corcovado, presidida por Padre Omar (Reitor do Santuário). Também presentes integrantes da coordenação nacional, Saperj, pescadores, Prefeito de Niterói Axel Grael e executivos do setor público e privado. “Ações desenvolvidas pelo ministério em parceria com órgãos públicos e privados aumentam competitividade do pescado brasileiro, dinamizando setor. Eventos da Semana do Pescado contribuem para avanço do mercado”, comenta André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura.
De acordo com Fórum Nacional de Aquicultura e Pesca (FNAP), ramo pesqueiro gera R$ 25 bilhões de PIB, oriundo da aquicultura e pesca, com 1,7 milhões de toneladas produzidas por ano e USD (dólar americano) 400 milhões em exportações de pescado, criando direta e indiretamente cerca de 23 mil empregos para toda cadeia produtiva, incluindo famílias de pescadores e aquicultores em todo Brasil.
Segundo recente pesquisa Embrapa Pesca e Aquicultura (Filho, Flores, Chaves, 2023), sobre Mercado Consumidor de Produtos da Aquicultura no Brasil, consumo de peixes é influenciado pela ocasião ou festividade: Semana Santa (70%), Semana do Pescado (10%), Natal (<10%).
Crescimento regional fortalece economia local
A visibilidade do evento chamou atenção de consumidores e profissionais do setor para ações sociais de combate à fome, importância da educação e rodas de negócios que movimentaram o país de Norte a Sul.
Em Mato Grosso do Sul, promoções no varejo, atuando na oferta (setor produtivo) e venda (junto ao consumidor final), ampliaram 50% das vendas. O Estado realizou diversas ações de incentivo ao consumo, em peixarias regionais, supermercados, festival gastronômico e palestras.
No Rio de Janeiro, houve aumento das vendas de pescado em peixarias, supermercados, bares e restaurantes. No monumento ao Cristo Redentor, no Corcovado, padre Omar abençoou peixes levados por pescadores, abrindo oficialmente o evento na cidade, com presença do Ministro da Pesca e Aquicultura André de Paula. Ação de combate à fome recebeu mais de três toneladas de peixes, doadas pelo SAPERJ, com apoio da Frescato Company, para famílias assistidas por 12 instituições sociais, atendidas pelo Setor Cristo Sustentável, do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. Promoção da primeira edição do festival gastronômico Fish Week movimentou cidades com promoções especiais no cardápio de restaurantes do Rio, Niterói e São Gonçalo.
Em São Paulo, descontos atraentes em redes de supermercados, além da primeira edição do evento “Tem Peixe na Vila!”, promovido pelo Instituto da Pesca, cujo
objetivo é incentivar o consumo e fortalecimento da mão de obra no setor, informando à sociedade sobre cadeia produtiva e pesquisas.
Em Santa Catarina, a 20ª Semana do Pescado foi marcada por atividades educativas de divulgação do setor. Uma delas foi a visita de cerca de 450 crianças e adolescentes de escolas públicas à propriedade de piscicultura. A ação contou com palestras, distribuição da cartilha “Educomunicativa” e degustação de Tilápias pelos alunos. Em Itajaí, o Polo Pesqueiro aderiu fortemente à campanha, com promoções nos mercados, ampliando vendas em 35 toneladas de peixes e frutos do mar. Cerca de 40 mil consumidores circularam pelos mercados de peixes. A sardinha foi campeã de vendas.
Em Tocantins, alunos do curso de Engenharia de Alimentos, da Universidade Federal do Tocantins (Campus de Palmas), realizou a campanha “Consuma o que o Tocantins produz, consuma peixe”, prestando orientações técnicas sobre valor nutritivo, conservação e aproveitamento integral de peixes; com distribuição de folhetos informativos para consumidores, supermercados, feiras livres, restaurantes e escolas de ensino fundamental e médio da cidade de Palmas.
Sobre 20ª Semana do Pescado
Idealizada pelo extinto Ministério da Pesca, atualmente sob organização do próprio setor produtivo, registra aumento de 65% no consumo, passando de 6,5 quilos por habitante/ano para 10 quilos por habitante/ano.
Considerada “segunda quaresma” pelo setor do varejo, campanha da Semana do Pescado, realizada entre os dias 1º a 15 de setembro, visa estimular consumo de peixe, frutos do mar e derivados em todo Brasil, fortalecendo pesca e aquicultura; atividades que envolvem milhares de pessoas, além de movimentar economia em todo território brasileiro. Faz parte das metas da campanha a integração e alinhamento de toda cadeia produtiva (pescadores, aquicultores, distribuidores, peixarias, supermercados, bares, restaurantes, importadores e consumidor final).
Coordenação Nacional 2023
A edição 2023 da Semana do Pescado foi coordenada pelo ex-ministro da aquicultura e pesca e presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin; presidente do Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo (Sipesp), Roberto Imai; Ana Paula do Nascimento do Sipesp; André Medeiros, da secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do RJ (Sedeics/RJ); presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Hidalgo Farina; Juliana Galvão, da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo (Esalq/USP); coordenadora geral do Ministério da Pesca (MPA), Giovana Crema; Manuela Ornelas, da Peixaria Divina Providência no Rio de Janeiro; e Thamires Quinhões, diretora executiva da Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (Abrapes).

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



