Bovinos / Grãos / Máquinas
1º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte debate pecuária catarinense
Médico-veterinário Diego Cucco vai abordar o tema no pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, que ocorre na próxima terça-feira (08), presencialmente, em Chapecó (SC).
Em 2021, Santa Catarina destinou ao abate mais de 766 mil bovinos de corte. Dados da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, da Epagri/Cepa, mostra que, desse total, 661,9 mil animais (86,39%) foram abatidos em estabelecimentos com inspeção sanitária. Para autoconsumo, foram abatidas 103,5 mil cabeças (13,51%).
Além disso, 787 animais foram comercializados para abate em outras unidades da federação, o que representa 0,10% da produção total do Estado. Embora possua produção inferior à demanda interna, Santa Catarina exporta carne bovina. Em 2021, ocupou a 14ª posição no ranking nacional, tendo exportado 3,38 mil toneladas, com US$ 12,54 milhões em receitas.
“A pecuária de corte catarinense e sua realidade produtiva” é tema de palestra no 1° Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte, pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL). O médico-veterinário Diego Cucco explanará sobre o assunto na próxima terça-feira (08), às 09h55.
Diego Cucco é professor associado na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Zootecnia. Possui graduação em Medicina Veterinária pela Udesc/CAV, mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP/FZEA) na área de melhoramento genético animal, com período sanduíche na Universidade de Zaragoza, na Espanha.
Foi chefe de departamento e coordenador do Curso de Zootecnia de 2011 a 2013. De 2013 a 2015 foi membro do comitê assessor do INEP/MEC para o Enade-Zootecnia. Atuou como diretor de extensão da Udesc Oeste em 2016, como chefe do departamento de Zootecnia e coordenador do curso em 2017 e 2018 e como presidente da Sociedade Brasileira de Melhoramento Animal (SBMA) de 2020 a 2022. Coordena o Grupo de Melhoramento Genético (GMG/Udesc), realiza trabalhos de pesquisa e extensão com bovinos de corte, leite e equinos. É produtor de bovinos de corte em Capão Alto (SC).
Sobre o evento
O 1° Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte – pré-evento do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) e da 6ª Brasil Sul Milk Fair – ocorre na terça-feira e é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).
A abertura será às 09 horas, seguida de quatro palestras sobre o cenário de mercado e perspectivas da carne bovina, pecuária de corte catarinense, como melhorar a eficiência reprodutiva nos sistemas de cria e Beef on Dairy.
O Fórum abordará perspectivas, desafios e tendências do mercado de carne. O presidente da comissão científica do SBSBL, Airton Vanderlinde, frisa que o objetivo é despertar maior interesse do público que trabalha nesse segmento no sul do Brasil.
O Simpósio acontece no período de 08 a 10 de novembro exclusivamente no formato presencial, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), e reunirá especialistas que debaterão inovações e o futuro do setor.
Inscrições
O acesso ao 1º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte é gratuito para quem se inscrever no SBSBL. Para participar somente do Fórum o valor é R$ 200.
As inscrições para o 11º SBSBL estão no terceiro lote, com valores: R$ 500 para profissionais e R$ 440 para estudantes. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSBL serão concedidas bonificações. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias e órgãos públicos, além de grupos de universidades, têm condições diferenciadas. O acesso para a 6ª Brasil Sul Milk Fair é gratuito.
As inscrições podem ser feitas pelo site www.nucleovet.com.br.
Apoio
O 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).
Bovinos / Grãos / Máquinas
Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023
Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.
O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.
Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.
A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.
Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.
Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.
Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros
Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.
O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.
Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).
Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.
Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.
Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.
A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.
Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!
Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)
Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu
A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.
Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.
A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.
Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.
A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.
Competições
A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.