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Suínos Na próxima semana

16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura vai reunir milhares de profissionais em Chapecó

Evento é considerado um dos principais fóruns de discussão do setor na América Latina.

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Chapecó (SC) sedia entre os 13, 14 e 15 de agosto a 16ª edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), considerado um dos principais fóruns de discussão do setor na América Latina. O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), ocorre no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes e reúne médicos veterinários, zootecnistas, consultores, pesquisadores, profissionais da agroindústria e produtores rurais.

O Simpósio se destaca como um evento de natureza científica, com grande capacidade para indicar tendências e atualizar os profissionais latino-americanos envolvidos na cadeia produtiva. Nesta edição, os painéis terão como temas sanidade, imunidade e microbiota, nutrição, manejo e gestão de produção, biosseguridade e pessoas.

Fotos: Divulgação/Arquivo MB Comunicação

Esses debates, segundo o presidente da Comissão Científica do SBSS, Paulo Bennemann, são essenciais para os atores do setor incrementarem os conhecimentos acerca das linhas atuais e futuras da suinocultura. “Toda a programação do Simpósio é preparada a partir dos tópicos mais relevantes para o cenário da cadeia suinícola. Com a explanação e os debates de pesquisadores renomados nacional e internacionalmente, os profissionais estarão mais capacitados para fortalecer ainda mais a suinocultura brasileira”, destaca.

Setor de excelência

Cadeia produtiva caracterizada pela intensa interação entre agentes econômicos, centros de pesquisa e entidades públicas, a suinocultura tem avançado significativamente graças ao constante emprego de tecnologias inovadoras e à cooperação entre esses diversos elos cuja sinergia resulta em uma área de excelência produtiva, amplamente reconhecida por sua reputação.

O presidente do Nucleovet, Tiago José Mores, reforça a grandiosidade desta cadeia ao apontar que Santa Catarina é o maior produtor e exportador brasileiro de suínos, e o Brasil, por sua vez, é uma referência mundial no setor. “Aqui, possuímos a suinocultura mais avançada do planeta, um testemunho do nosso compromisso com a excelência. Nossa missão, enquanto comissão organizadora deste Simpósio, é selecionar, estruturar e apresentar uma programação de alto nível, capaz de sintetizar os mais recentes avanços da ciência e da tecnologia, colocando-os ao alcance de todos os participantes”.

Pig Fair e Granja do Futuro

Além da programação técnico-científica reconhecida pelo alto nível de qualidade, o evento ainda conta com a 15ª Brasil Sul Pig Fair, feira que reúne empresas de tecnologia, sanidade, nutrição, genética, aditivos e equipamentos para suinocultura. Além da Granja do Futuro, espaço que simula uma granja com os principais equipamentos necessários para a produção de suínos, destacando tecnologia e inovação. “Esses espaços são oportunidades para os congressistas conhecerem lançamentos do mercado, trocarem informações e, com isso, aprimorarem a produção. Também é um espaço para networking, uma das marcas do SBSS”, explica Mores.

Inscrições

As inscrições para o 16º SBSS estão no último lote e podem ser realizadas clicando aqui. O investimento é de R$ 850,00 para profissionais e de R$ 480,00 para estudantes. Para os congressistas que se inscreverem no Simpósio, o acesso à Pig Fair é gratuito. O valor para participar somente da 15ª Brasil Sul Pig Fair é de R$ 200,00.

Programação Científica do 16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

Terça-feira (13)

 14h às 14h05 – Abertura da Programação Científica

Painel Custo ou Investimento

14h05 às 15h35 – Custo ou investimento: qual é o entendimento que temos a respeito da nossa sanidade?

Palestrantes: Debatedores mesa-redonda

  • Guilherme Marin: impacto do vazio sanitário
  • Marcelo Rocha: Fatores de risco para biosseguridade e boas práticas de manejo
  • Valdecir Luiz Mauerwerk: Visão da agroindústria sobre custos relacionados a sanidade

 15h35 às 15h50 – Discussão

 15h50 às 16h10 – Coffe-break

 Painel Pessoas

16h15 às 16h55 – Equipes de alta performance, este é o caminho? Desafios da produção na escassez de mão de obra

Palestrantes: Leandro Trindade

 16h55 às 17h25: Questionamentos

 17h35 – Solenidade de Abertura Oficial do SBSS 2024

 18h35 às 19h35 – Palestra de abertura: “30 anos do Plano Real e as lições para o futuro da nossa Economia”

Palestrante: Pedro Malan

 19h45 – Coquetel de Abertura na PIG FAIR

Quarta-feira (14) 

Painel Nutrição

08h às 08h40 – Nutrição de precisão: atualização das exigências nutricionais com foco em melhoria de performance

Palestrante: Melissa Hanas

08h45 às 09h25 – Estratégias nutricionais em desafios sanitários

Palestrante: Caio Abércio

09h25 às 09h40 – Questionamentos

09h45 às 10h15 – Coffe-break

Mesa-redonda Sanidade

10h15 às 11h55 – Síndrome respiratória dos suínos: E agora! (abordagem prática da situação e discussão sobre possibilidades de mitigação de perdas)

10h15 às 10h45: Influenza. O que podemos fazer além de “sentar e chorar”. Hoje conseguimos fazer terapia de suporte, e esperar o ciclo da doença passar?

Palestrante: Danielle Gava 

10h50 às 11h20 Mycoplasma hyopneumoniae, por que ainda causa tanto impacto sanitário? Estratégias para manter um equilíbrio no sistema de produção

Palestrante: Maria Pieters

11h20 às 12h00 – Questionamentos

12h00 às 14h00 – Intervalo para almoço

12h15 – Eventos Paralelos

Painel Gestão da Produção

14h às 14h40 – É possível melhorar a uniformidade dos leitões ao nascimento através da nutrição?

Palestrante: Jesus Acosta

 14h45 às 15h45 – Desmistificando leitões de baixo peso: da teoria a prática?

Palestrantes: Fernanda Almeida e Djane Dallanora

 15h45 às 16h05 – Questionamentos

16h05 às 16h25 – Coffe-break

 Painel Imunidade e Microbiota

16h30 às 17h10 – Como a imunidade herdada e modulada na maternidade interferem na resposta vacinal?

Palestrante: Geraldo Alberton

17h15 às 17h55 – É possível incrementar a saúde respiratória por meio da microbiota intestinal?

Palestrante: Andres Gomez

17h55 às 18h15 – Questionamentos

18h25 – Eventos Paralelos

19h40 – Happy Hour na Pig Fair

Quinta-feira (15)

Painel Biosseguridade

08h às 08h40 – Biossegurança em fábricas de rações: principais eventos de risco de contaminação do alimento às granjas

Palestrante: Gustavo Simão

08h45 às 09h25 – Conhecendo o inimigo: como garantir a segurança da granja com relação a roedores

Palestrante: Isis Pasian

 09h25 às 09h45 – Questionamentos

09h45 às 10h05 – Coffe-break

 Painel Manejo da Produção

10h10 às 11h45 – Perdas ao abate: oportunidades no campo e abatedouro

10h10 às 10h35 – Qual o papel do abatedouro como cliente do sistema de produção? Uma visão holística

Palestrante: Jalusa Deon Kich

10h35 às 11h45 – Debatedores:

  • Marisete Cerutti
  • Augusto Queluz
  • Sérgio Carvalho
  • Mônica Santi
  • Ricardo José Buosi

 11h45 às 12h00 – Questionamentos

12h05 – Sorteios e encerramento

Fonte: Assessoria Nucleovet

Suínos

Elevação forte dos preços impulsiona resultados da suinocultura

Demanda de exportação segue vigorosa, com o setor caminhando para um novo recorde anual.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mês de agosto e a primeira quinzena de setembro foram de continuidade da escalada do preço do suíno, o que fortaleceu substancialmente o spread da atividade, para uma das maiores marcas históricas. A demanda de exportação segue vigorosa, com o setor caminhando para um novo recorde anual.

Os custos da suinocultura na média de agosto subiram 0,5%, para R$ 5,84/kg vivo, porém os preços foram muito além, 9,4% acima do mês anterior, o que fez com que o spread da suinocultura marcasse os 39%, patamar comparado ao bimestre ago-set/20, ocasião do pico relacionado à peste suína africana na China. E setembro aponta para um spread ainda mais elevado, o que ultrapassa um resultado de R$ 300/cabeça terminada, sendo que, há um ano, era de R$ 75/cab.

Custos, preços e spread da suinocultura (Região Sul e MG). Fonte: Embrapa, Cepea, Estimativas Itaú BBA
*valores no mercado spot

Além do ritmo de produção relativamente pequeno, as exportações têm surpreendido. Do lado da oferta, o aumento da produção de carne no primeiro semestre ficou em 0,3%, com o 1T 24 caindo 0,4% sobre o mesmo trimestre do ano anterior, mas voltando a crescer 1%no 2T 2024/23.

Já os envios ao exterior em agosto, continuaram acima de 100 mil toneladas in natura pelo segundo mês consecutivo, significando aumento de 6% sobre agosto de 2023, enquanto no acumulado dos oito meses a expansão foi de 4,8%. Além disso, os preços de exportação continuaram em elevação, acumulando alta de 7% nos últimos três meses. Com isso, o spread da exportação, também subiu um pouco mais.

O grande destaque entre os destinos externos segue sendo as Filipinas, com 78% de crescimento no acumulado anual, o equivalente a 51 mil toneladas a mais, pouco menos da metade da redução das compras chinesas. O país asiático enfrenta dificuldades com o controle da peste suína africana abrindo oportunidades aos exportadores brasileiros. Além disso, bons crescimentos também são observados para o Japão, Chile, Singapura e México.

Preços do suíno vivo no estado de São Paulo. Fonte: Cepea

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
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Suínos Campanha Bom de preço, bom de prato!

ABCS entrega mais praticidade, sabor e economia para o dia a dia dos brasileiros

Com cortes temperados e foco no Nordeste, a nova fase da campanha destaca os benefícios da carne suína, mantendo leveza, diversão e informações claras para o consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A campanha “Carne de Porco: Bom de preço, bom de prato”, lançada em 2021 pela ABCS através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), foi um marco na promoção da carne suína. Com uma abordagem inovadora, ajudou pequenos e médios açougues e varejistas a vender a proteína de forma simples e eficaz, especialmente em um período desafiador para o mercado.

Agora em 2024, a carne suína tem ganhado cada vez mais espaço no paladar e no dia a dia dos brasileiros. Esse crescimento vai além do fator econômico, evidenciando sua versatilidade e seus benefícios nutricionais, que são cada vez mais reconhecidos e valorizados. Nesta nova edição, a campanha evolui com uma nova oferta: cortes de carne suína temperados, prontos para cozinhar, oferecendo ainda mais praticidade para o consumidor!

Essa novidade demonstra o compromisso da cadeia de suínos em colocar as necessidades do consumidor no centro, facilitando o dia a dia das pessoas, proporcionando refeições rápidas e saborosas. A campanha também foca, pela segunda vez, na região Nordeste, mais especificamente nos estados da Bahia e do Ceará, áreas com grande potencial de crescimento no consumo de carne suína.

A nova fase da campanha mantém os elementos que trouxeram sucesso anteriormente, como leveza, diversão e informações claras, mas agora com uma estratégia ampliada. Nosso foco permanece em criar uma conexão entre os consumidores e os benefícios da carne suína, oferecendo novas experiências e sabores.

A estratégia consiste em fomentar as vendas de cortes populares e mais acessíveis, utilizando uma linguagem visual leve e informativa, com  5 posts estáticos, 4 carrosséis, 9 stories e 4 reels. Além de  7 cartazes e 2 precificadores para PDV. O material foi entregue a todas as Associações e Frigoríficos Contribuintes do FNDS no mês de setembro, para que possam trabalhar a campanha em seus respectivos estados e negócios.

Acompanhe as redes sociais da ABCS e dos nossos parceiros para saber mais sobre a execução da campanha, esse é o próximo passo para fortalecer ainda mais a presença da carne suína na mesa dos brasileiros!

Fonte: Assessoria ABCS
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Suínos

Podcast revela bastidores de discreta, mas poderosa central de genética no seio da suinocultura brasileira

Jornal O Presente Rural reuniu em um podcast um time de feras da suinocultura para falar sobre a WG Central de Genética Suína de Quatro Pontes, PR, um empreendimento da Associação de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon que tem se tornado referência nos últimos anos pela sua modernidade e pela sua eficiência.

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O jornal O Presente Rural reuniu em um podcast um time de feras da suinocultura para falar sobre a WG Central de Genética Suína de Quatro Pontes, PR, um empreendimento da Associação de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon que tem se tornado referência nos últimos anos pela sua modernidade e pela sua eficiência. Responsável por toda a genética de machos repassada aos suinocultores da cooperativa Copagril, a WG ainda leva o material para várias regiões do Brasil, como Santa Catarina, Mato Grosso e Minas Gerais. Conheça um pouco dessa história em versão impressa. Se preferir, acesse o podcast aqui.

Participaram Ary Giesel, médico-veterinário responsável técnico da WG, empresa terceirizada da associação para administrar a central de inseminação. Também um velho conhecido do setor e premiado suinocultor Milton Becker, um dos fundadores da Associação de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon. Quem também participou é outro grande produtor de leitões, Eládio Deves, que contou um pouco sobre a sua experiência com o material genético da central. Contribuíram também o superintendente de Pecuária da Copagril, André Dietrich, é o vice-presidente da cooperativa e suinocultor César Petri.

Suinocultor e um dos fundadores da Associação de Suinocultores de Marechal Cândido Rondon, Milton Becker – Fotos: Sandro Mesquita/OP Rural

O Presente Rural – Acho que seu Milton pode começar contando para nós um pouco quando foi criada e qual era o objetivo da associação na época?

Milton Becker – Estou na suinocultura desde 1977, faz 47 anos. Comecei junto com a minha esposa, uma granja de dez matrizes e um sócio. Eu trabalhava no comércio na época, gerente de uma empresa, mas tinha a intenção de investir no agronegócio. E eu entendi que a suinocultura seria o melhor ramo. A associação foi surgindo de forma natural pela necessidade. Eu fui também na época vice presidente da Associação Brasileira e também foi vice presidente da Associação Paranaense. Fomos fortalecendo então a Associação de Marechal Cândido Rondon. Já que nós vamos falar da Central, surgiu a ideia entre 1991 e 1992 de fazer uma central de inseminação que fosse para benefício de todos O Ary já era na época era o responsável técnico dessa central. Foi uma evolução, um investimento muito bom, o que deixa a gente satisfeito é a evolução. Naquela época eram oito, dez machos.

Tivemos uma evolução boa, eu e meus parceiros fazíamos a venda de leitões, depois nós fizemos um contrato com a Copagril. E nós entendemos também pela necessidade e pelo padrão de genética da cooperativa.

E hoje estamos muito felizes na nossa granja (de matrizes que recebe a genética da central), todo mundo sabe. Nós já fomos campeões nacionais por oito anos, seis anos em primeiro lugar e dois anos em segundo lugar. São vários fatores do segredo de sucesso: genética, assistência técnica e mão de obra. E a central e os reprodutores são muito importantes porque é ali que inicia tudo.

Você tem a matriz, mas você tem que inseminar essa matriz com qualidade e de um padrão, vamos dizer assim, altamente confiável. E esse é o que acaba acontecendo então na nossa granja.

Superintendente de Pecuária da Copagril, André Dietrich

O Presente Rural – Ari, de uns anos para cá houve esse reposicionamento da associação que adotou uma nova forma de gestão. Quais foram os motivos para essa nova forma de atuação, para essa terceirização de fato acontecer?

Ari Giesel – Em um certo momento não se sabia quem iria tocar a central, não tinha gente que dissesse eu posso tocar a central e avançar. Eu era responsável técnico na época, que é uma outra atribuição, eu ia lá uma vez por semana e a central estava na mão de pessoas que iam lá uma vez por mês e que não tinha conhecimento técnico.

E foi aí que a gente entrou em um proposta com a Copagril e ela entendeu que a gente poderia fazer um trabalho de se dedicar com sêmen. Aí a gente terceirizou realmente dentro desse pacote. Em cima disso então eu assumi para terceirizar a central e começar a buscar tecnologia, ver a evolução que que as outras centrais tinham. Fomos para a Espanha para ver como é que era o processo lá. A gente viu maquinários, viu novas ideias e veio com aquilo de que a gente também poderia fazer. Adquirimos a maioria das máquinas que têm hoje lá e graças a Deus a gente conseguiu com esforço, buscando informação junto com o produtor, junto com a cooperativa.

A gente começou então fazer que o sêmen fosse realmente um selo de qualidade, igual a qualquer central. Então, dentro desse propósito, a gente começou treinando todos os funcionários. E qual é o nosso objetivo? É ser igual ou até melhor que as outras centrais. Dentro do nosso volume, a gente tem uma segurança muito forte mesmo para dizer que realmente nosso produto sai com muita qualidade. Ou nós produzimos qualidade, que é a nossa meta, ou não produzimos.

O Presente Rural – Para onde vai esse sêmen? Só para a Copagril?

Ari Giesel – O volume maior realmente vai para a Copagril. Eu diria 70%, esses outros 30% vão para diversas regiões, vai para Minas Gerais, vai para Mato Grosso e para Santa Catarina. Mas o nosso foco mesmo é ter uma parceria e um crescimento com a Copagril. A gente já está almejando e tomara que consiga um aumento de 30% na nossa atividade na nossa produção. Hoje nós temos 150 machos. Desde 2017 já são dois milhões de doses.

Ary Giesel, médico-veterinário responsável técnico da WG, empresa terceirizada da associação para administrar a central de inseminação

O Presente Rural – Diz que a associação, apesar de ser pequena, escondidinha, está sendo reconhecida pelas empresas de genética, pelo mercado, como uma das mais modernas e eficientes do país. Pode contar um pouco para nós os detalhes técnicos?

Ari Giesel – Nós fazíamos no início tudo manual. A gente foi buscar máquinas que façam o trabalho, adquirimos um sistema que a gente não se envolve muito, a máquina te dá o resultado. A gente só gerencia esses resultados. Todo mundo sabe o objetivo que a gente tem. A gente premia também os funcionários de alguma forma para eles estarem realmente engajados e principalmente para nós termos qualidade e ter o resultado lá no campo.

Às vezes dá uma tremedeira porque a responsabilidade é grande, a gente sabe o envolvimento e a parceria que tem que ter com o produtor. Ele tem que fazer a parte dele. E essa parte foi muito bem feita pela cooperativa, pois todos eles têm conservadoras e cuidam do sêmen que nem fosse cuidar uma joia. E essa joia realmente se traduz em ganhos.

O Presente Rural – Andrey, como é que a evolução genética tem contribuído para uma suinocultura moderna?

Andrey Dietrich – A genética é um dos pilares da nossa produção. A gente sempre busca custo, é claro, sem sacrificar qualidade. Mas nós buscamos sim otimizar custo. E a gente vê que a melhoria do desempenho consegue reduzir custos. Eu extrair o máximo potencial é reduzir custo também. A gente tem esse entendimento. A nutrição é a maior parte do nosso custo de produção, a gente precisa que a ração seja bem aproveitada. Então a gente não pode se dar ao luxo de desperdiçar ração ou não extrair o máximo que aquela nutrição pode nos proporcionar.

No nosso ponto de vista, a genética é o limite de até onde a gente consegue. Então, se eu estou com o meu manejo bem alinhado, se eu estou com a minha nutrição bem alinhada, qual é a nota dez do meu sonho? Qual é a nota dez do meu custo? Até onde eu consigo chegar? E a genética é a que delimita isso.

Então é importante essa conversa com a central e algumas solicitações de modernização de investimento que e a gente faz e somos prontamente atendidos. A gente faz isso pensando na evolução genética, para que a gente consiga ser referência em custo e em produtividade.

Vamos pensar só na linha paterna. O macho é extremamente importante para que a gente tenha a melhor conversão alimentar possível. Recentemente foi feita uma alteração na pontuação do macho, utilizando o que tem de melhor no mercado hoje, pelo menos pela troca de informação que a gente tem com as demais cooperativas, mais empresas da nossa região e do Brasil visando esse máximo potencial.

A gente entende que é o papel fundamental da genética determinar até onde consegue chegar, reduzir custo, produzir mais e ter sucesso na atividade.

O Presente Rural – Legal que vocês da cooperativa têm envolvimento com a WG para trocar informações para continuar a evolução da central.

Andrey Dietrich – Sim, apesar de a central não estar dentro na Coopagril, a gente tem essa parceria estabelecida. O Ary falou que 70% do sêmen que é produzido ali vem para a Copagril, mas a cooperativa utiliza 100% do sêmen na central. A central abastece toda a produção da cooperativa. E tem capacidade inclusive que conseguiria contemplar aumentos de produção que a gente por ventura possa ter e provavelmente teremos.

Olhe, o Ari falou que dá aquela tremedeira da responsabilidade e realmente a gente sabe da importância da central, então não tem como ser diferente. Como que a gente espera um resultado bom para o nosso produtor e para a nossa integração se a gente não está nessa conversa afinada com a central? Não tem outra forma. A gente vê essa parceria como bastante estratégica.

O Presente Rural – E esses machos? Como são escolhidos? Eles produzem durante por quanto tempo e como é a reposição?

Andrey Dietrich – O macho tem uma vida útil. Nós acompanhamos a evolução do mercado e das próprias genéticas. Nós temos comprovado que o material genético está entregando o melhor resultado, que é bom para todo mundo, é bom para o produtor, bom para a creche, bom para a terminação e é bom para o frigorífico. No frigorífico também dita muito da tendência que a gente precisa seguir. A gente vai seguir por aquela linha. A nossa definição da genética é com base nos critérios técnicos de produtividade e idade de macho.

Ari Geisel – Hoje os machos são descartados pela pontuação que eles têm de um índice genético. Nós temos o índice máximo que são de 130 pontos, quando chegou a 100 pontos vai para o descarte. Nós descartamos no ano passado 76% do plantel. Às vezes, como central, dá até dó ele está com a idade certa, mas geneticamente eles medem lá que esse macho então já é um candidato ao descarte. Onera bastante, mas mantém a qualidade.

Vice-presidente da cooperativa e suinocultor César Petri

O Presente Rural – O César Petri é vice-presidente da Copagril e também suinocultor. Qual a importância para a Copagril em ter uma parceria sólida para entrega de sêmen?

César Petri – Minha falecida mãe começou com quatro matrizes e era todo ciclo completo e a monta era natural. Na época era com o cachaço, com o macho lá na granja para fazer inseminação, sistema natural. Só que com o crescimento e com a tendência da evolução genética, não cabia mais ter o macho na granja lá porque ele ficava às vezes três, quatro, cinco ano na granja, mas enquanto isso a genética já estava muito mais avançada. Tinha perda de evolução genética muito grande e fora que com o crescimento das granjas hoje é inconcebível e não tem como operacionalizar monta natural. Hoje se faz lotes de 100 matrizes inseminadas numa semana. Então, sem condições de fazer uma inseminação natural. O sistema de ciclo completo foi se extinguindo, foi se verticalizando, o sistema e as grandes de iniciação foram cada vez ampliando mais. Hoje são granjas de 1000, duas mil, 3 mil, 5 mil matrizes. Então para isso teve que se evoluir para o sistema de inseminação artificial.

Se, por exemplo, ele enviar uma dose de sêmen que não teve esse controle perfeitinho, com problema no lote. Da inseminação de 100 matrizes, por exemplo, 40 possam ter problema. O sêmen é o mais barato de tudo, você perdeu um lote de cobertura que custava muito dinheiro. Queremos garantia de ter um parceiro sólido, não só na questão do sêmen, mas em todas as áreas de nutrição, de fornecedores, de compradores. A gente precisa ter parcerias sólidas, que dão garantia de qualidade. Isso a gente conquistou também com a central de inseminação.

O Presente Rural – O abatedouro da Frimesa está a plenos pulmões em Assis Chateaubriand, aumentando cada vez mais a produção, e a Copagril é uma das grandes fornecedoras de suínos para o abate. Quais são os planos para ampliar a produção no campo e como a central se encaixa nisso?

César Petri – A Frimesa fez todo esse investimento no frigorífico novo e demanda de um crescimento na produção de todas as cooperativas. A Copagril hoje está com um plantel de 30 mil matrizes no campo na mão de produtores associados. A Copagril não tem granja própria, mas tá na mão do cooperado. A gente viu que a gente deveria deixar o produtor cooperado produzir e é esse o modelo de produção que a companhia tem. A gente vai atender o crescimento da Frimesa, mas precisa que o associado queira construir essas granjas também, porque esse é o modelo que a gente tem.

Mês passado (março), inclusive, a gente bateu recorde de fornecimento de suínos. Foi mais de 100 mil suínos entregues num único mês. E a central vai continuar tendo papel primordial no crescimento. Se a gente crescer, a central vai precisar continuar crescendo.

O Presente Rural – Temos aqui o Eládio Deves, há muito tempo trabalhando com seu Milton, mas com granja própria. O senhor consegue notar os resultados da genética lá na granja?

Produtor de leitões, Eládio Deves

Eládio Deves – Com certeza. O produtor procura e busca o GPD (ganho de peso diário), número de nascidos vivos ou nascidos totais deles que a gente trabalha da diferença dos nascidos totais e vivos. Com certeza a genética melhorou muito e hoje nós temos um padrão de leitão na granja. Nós não temos um leitão nascendo muito pequeno, precisa de média. Eu quero bastante leitão, mas eu quero uma média boa, que são leitões viáveis, com mais peso. A genética evoluiu muito nesse sentido.

O Presente Rural – O Milton é um dos maiores ganhadores do prêmio Agriness, que destaca os maiores produtores de desmamados/fêmea/ano no Brasil. Fale um pouco dessas conquistas e como o sêmen suíno contribui para esse sucesso?

Milton Becker – Com certeza a genética tem muito a ver não só do macho, mas também da matriz. E a gente sempre busca mais, buscar melhor. Oito anos e desde o primeiro ano nós já passamos a ganhar. São vários fatores, a genética, tanto do macho como da fêmea, nutrição, manejo, mas a mão de obra é fundamental. E a premiação é uma consequência. O prêmio é uma satisfação e realmente eu tenho certeza. Conheço a opinião dos meus colaboradores e eles ficam felizes com essa questão da premiação.

O Presente Rural – Eládio está no páreo também?

Eládio Deves – Não. Comecei a usar o sistema da Agriness no ano passado, mas ficou fui o campeão na Copagril. Fiquei em primeiro lugar. Nos últimos oito anos, ficamos duas vezes em segundo e as outras em primeiro. É importante a referência, o objetivo é sempre ficar entrando entre os melhores, se eu tiver um desempenho baixo, eu não consigo ter rentabilidade e não tenho como crescer na atividade. Eu tenho que ficar no mínimo entre os 10% melhores do país, vamos dizer assim. Esse é o objetivo.

Milton Becker – Só para ter uma ideia, nós estamos fechamos o ano passado com 36,5 leitões em média. Todo mundo sabe que a média regional aqui é 28. Então nós temos oito leitões e meio por porca a mais do que a média regional. Fazendo uma conta bem simples, 5 mil matrizes vezes oito, são 40 mil leitões a mais por ano que a nossa granja produz. E isso é aquilo que demonstra a viabilidade do negócio. Eu falo isso para estimular os outros produtores e para cada buscar o seu melhor, porque é dessa forma que a gente consegue também se manter na atividade.

César Petri – A gente fala muitas vezes em ampliação, falando em ampliação para crescimento da Frimesa ou o produtor investir em ampliação. Quando a gente olha o número dessa forma, a gente percebe que a gente tem uma ampliação dentro do número. Então eu preciso aumentar o tamanho da minha granja. Talvez não. São 40 mil leitões mais em 5 mil matrizes no ano, isso é quase meio mês de abate. Olha o potencial que nós temos em produção, em produtividade e que é uma ampliação que já está dentro da granja. Imagina trazendo para o sistema da Copagril de 30 mil matrizes, se ganhar cinco leitões a mais. São 150 mil suínos a mais no ano. É um mês e um pouco de abate dentro do próprio número.

Eládio Deves – Mas queremos não apenas número, mas um leitão mais pesado, de sete quilos e meio que é um objetivo para ele ir melhor nas creches. Então, vamos dizer, nós não vamos fazer oito leitões a mais. As vezes tem porca com 42 leitões por ano, mas desmama com 16, 18 dias. Na minha opinião não é viável. Desmarcam com 16 dia, 18 dias, para mim sempre vale o custo e tem que sobrar alguma coisa no leitão, não adianta eu ter número.

Andrey Dietrich – Muito bem observado. Também não é nosso objetivo só botar número de leitão. É importante qualidade, isso é a premissa principal.

O Presente Rural – Vice-presidente da Copagril, com tudo isso que a gente falou, como se reflete lá no consumidor final?

César Petri – Qualidade da carne. Aí é um dos pontos também da evolução genética que a gente vem falando é a qualidade de carne, a qualidade nutricional que a gente quer no final, que a gente sempre tem que estar olhando. Temos que olhar para o cara que vai lá na gôndola do supermercado comprar essa suína, caso contrário não tem justificativa em estar produzindo o suíno.

A missão nossa é essa. Acompanhamos a evolução genética para chegar lá no frigorífico um suíno com a característica que o consumidor queira. Esse é o objetivo que a gente vai estar sempre perseguindo.

O Presente Rural – E para o futuro, quais são os planos para a central?

Ari Giesel – Depende muito da demanda. Nós acreditamos que nós vamos ter uma demanda de 30% e para isso a gente vai precisar também mexer na estrutura física geral. E a gente já está vendo a possibilidade. Basicamente já está definido que a gente vai aumentar no mês de maio e depois a central depende da parceria com a Copagril. Estamos querendo chegar em 200 machos. A gente acha que assim vai suprir a necessidade da região

O Presente Rural – Senhores, alguma consideração final?

Milton Becker – Há muitos anos eu descobri que é preciso ter parcerias. Eu acho que hoje o produtor deve produzir e a nossa cooperativa que faz o trabalho de engorda e às vezes e depois vai para a mesa. Eu não vejo outro caminho para a suinocultura sem essas parcerias. Isso é muito forte na região Oeste e no Paraná. A parceria fortalece a Copagril, a central de genética e a granja.

Eládio Deves – Para ser viável, é preciso ter as 52 semanas sem oscilações. A minha granja é pequena e representa tantos por cento, mas todos os produtores têm que ter a consciência disso. Nós precisamos 52 semanas por ano ter um parceiro bom.

Andrey Dietrich – Só enfatizar a importância da parceria com a WG, com os produtores de qualidade, como o Milton e o Eládio. Eu acho que essa sinergia entre central, produtores e cooperativa, todo mundo fazendo a sua parte aqui, vai sempre nos trazer um bom resultado. Só agradecer e enfatizar a importância das parcerias para a gente.

César Petri – Eu quero só reforçar a importância dessa cadeia para a cooperativa, foi a partir da suinocultura que a Copagril surgiu. É extremamente importante essa cadeia, a gente vê como sustentáculo de tantas famílias no campo e que o crescimento da suinocultura nos traz grandes desafios numa região desafiadora, que já tem uma concentração de suínos grande e que a gente precisa crescer da melhor forma possível e no melhor alinhamento possível. E isso central, no trabalho que ela faz, nos dá essa garantia também de crescer tranquilo, que a gente tem a fornecedora de genética que nos dá segurança.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de suinocultura acesse a versão digital de Suínos, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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