Conectado com
VOZ PRÉ

Suínos / Peixes No Oeste catarinense

16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura inicia nesta terça-feira

Evento vai reunir médicos-veterinários, zootecnistas, consultores, pesquisadores, profissionais da agroindústria e produtores rurais até a próxima quinta-feira (15), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Nucleovet

Inicia nesta terça-feira (13), em Chapecó (SC), a 16ª edição do Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), considerado um dos principais fóruns de discussão do setor na América Latina. O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), ocorrerá no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes nos dias 13, 14 e 15 desta semana. Reunirá médicos-veterinários, zootecnistas, consultores, pesquisadores, profissionais da agroindústria e produtores rurais.

O Simpósio se destaca por sua natureza científica, com grande capacidade para indicar tendências e atualizar os profissionais latino-americanos envolvidos na cadeia produtiva. Nesta edição, os painéis terão como temas sanidade, imunidade e microbiota, nutrição, manejo e gestão de produção, biosseguridade e pessoas.

Esses debates, segundo o presidente da Comissão Científica do SBSS, Paulo Bennemann, são essenciais para os atores do setor incrementarem os conhecimentos acerca das linhas atuais e futuras da suinocultura. “Toda a programação do Simpósio é preparada a partir dos tópicos mais relevantes para o cenário da cadeia suinícola. Com a explanação e os debates de pesquisadores renomados nacional e internacionalmente, os profissionais estarão capacitados para fortalecer ainda mais a suinocultura brasileira”, destaca.

Pedro Malan na abertura

A palestra de abertura será ministrada pelo ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, às 18h35, com o tema “Trinta anos do Plano Real e as lições para o futuro da nossa Economia”. A preleção conta com patrocínio da Farmabase Saúde Animal.

Economista brasileiro respeitado internacionalmente, Malan é um dos autores do único plano econômico que deu certo na história recente do Brasil. Ministro da Fazenda (1995-2002) e presidente do Banco Central (1993-1994), Malan foi negociador-chefe da dívida externa (1991-1993) e representou o Brasil nas Diretorias Executivas no Banco Mundial e no BID (1986-1992). É um dos organizadores do livro, com Gustavo Franco e Edmar Bacha, “30 Anos do Real – Crônicas no calor do momento”. É doutor em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley.

Escreveu Uma certa ideia do Brasil: Entre passado e futuro (Intrínseca, 2018) e foi co-organizador do livro 130 anos em busca da República (Intrínseca, 2019), vencedor do Prêmio Jabuti em 2020. Um dos organizadores do livro com Gustavo Franco e Edmar Bacha 30 Anos do Real – Crônicas no calor do momento (Intrínseca, 2024).

Setor de excelência

Cadeia produtiva caracterizada pela intensa interação entre agentes econômicos, centros de pesquisa e entidades públicas, a suinocultura tem avançado significativamente graças ao constante emprego de tecnologias inovadoras e à cooperação entre esses diversos elos cuja sinergia resulta em uma área de excelência produtiva.

O presidente do Nucleovet, Tiago José Mores, reforça a grandiosidade desta cadeia ao apontar que Santa Catarina é o maior produtor e exportador brasileiro de suínos, e o Brasil, por sua vez, é uma referência mundial no setor. “Aqui, possuímos a suinocultura mais avançada do planeta, um testemunho do nosso compromisso com a excelência. Nossa missão, enquanto comissão organizadora deste Simpósio, é selecionar, estruturar e apresentar uma programação de alto nível, capaz de sintetizar os mais recentes avanços da ciência e da tecnologia, colocando-os ao alcance de todos os participantes”.

Pig Fair e Granja do Futuro

Paralelamente à programação técnico-científica reconhecida pelo alto nível de qualidade, o evento ainda conta com a 15ª Brasil Sul Pig Fair, feira que reúne empresas de tecnologia, sanidade, nutrição, genética, aditivos e equipamentos para suinocultura. Além da Granja do Futuro, espaço que simula uma granja com os principais equipamentos necessários para a produção de suínos, destacando tecnologia e inovação. “Esses espaços são oportunidades para os congressistas conhecerem lançamentos do mercado, trocarem informações e, com isso, aprimorarem a produção. Também é um espaço para networking, uma das marcas do SBSS”, explica Mores.

Inscrições

As inscrições para o 16º SBSS poderão ser realizadas na secretaria, na entrada do Centro de Eventos. O investimento é de R$ 850 para profissionais e de R$ 480 para estudantes. Para os congressistas que se inscreverem no Simpósio, o acesso à Pig Fair é gratuito. O valor para participar somente da 15ª Brasil Sul Pig Fair é de R$ 200.

Programação Científica do 16º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

Terça-feira (13)

14h às 14h05 – Abertura da Programação Científica

Painel Custo ou Investimento

14h05 às 15h35 –Custo ou investimento: qual é o entendimento que temos a respeito de utilização de antimicrobianos, programa vacinais e biosseguridade? Como estamos mensurando o custo da nossa sanidade?

Palestrantes: Debatedores mesa-redonda

  • Guilherme Marin: impacto do vazio sanitário
  • Marcelo Rocha: Fatores de risco para biosseguridade e boas práticas de manejo
  • Valdecir Luiz Mauerwerk: Visão da agroindústria sobre custos relacionados a sanidade

15h35 às 15h50 – Discussão

15h50 às 16h10 – Coffe-break

Painel Pessoas

16h15 às 16h55 – Equipes de alta performance, este é o caminho? Desafios da produção na escassez de mão de obra

Palestrantes: Leandro Trindade

16h55 às 17h25: Questionamentos

17h35 – Solenidade de Abertura Oficial do SBSS 2024

18h35 às 19h35 – Palestra de abertura: “30 anos do Plano Real e as lições para o futuro da nossa Economia”

Palestrante: Pedro Malan

19h45 – Coquetel de Abertura na PIG FAIR

 

Quarta-feira (14)

Painel Nutrição

08h às 08h40 – Nutrição de precisão: atualização das exigências nutricionais com foco em melhoria de performance

Palestrante: Melissa Hanas

08h45 às 09h25 – Estratégias nutricionais em desafios sanitários

Palestrante: Caio Abércio

09h25 às 09h40 – Questionamentos

09h45 às 10h15 – Coffe-break

Mesa-redonda Sanidade

10h15 às 11h55 – Síndrome respiratória dos suínos: E agora! (abordagem prática da situação e discussão sobre possibilidades de mitigação de perdas)

10h15 às 10h45: Influenza. O que podemos fazer além de “sentar e chorar”. Hoje conseguimos fazer terapia de suporte, e esperar o ciclo da doença passar?

Palestrante: Danielle Gava

10h50 às 11h20 – Mycoplasma hyopneumoniae, por que ainda causa tanto impacto sanitário? Estratégias para manter um equilíbrio no sistema de produção

Palestrante: Maria Pieters

11h20 às 12h – Questionamentos

12h0 às 14h – Intervalo para almoço

12h15 – Eventos Paralelos

Painel Gestão da Produção

14h às 14h40 – É possível melhorar a uniformidade dos leitões ao nascimento através da nutrição?

Palestrante: Jesus Acosta

14h45 às 15h45 – Desmistificando leitões de baixo peso: da teoria a prática?

Palestrantes: Fernanda Almeida e Djane Dallanora

15h45 às 16h05  Questionamentos

16h05 às 16h25 – Coffe-break

Painel Imunidade e Microbiota

16h30 às 17h10 – Como a imunidade herdada e modulada na maternidade interferem na resposta vacinal?

Palestrante: Geraldo Alberton

17h15 às 17h55 – É possível incrementar a saúde respiratória por meio da microbiota intestinal?

Palestrante: Andres Gomez

17h55 às 18h15 – Questionamentos

18h25 – Eventos Paralelos

19h40 – Happy Hour na PIG FAIR

 

Quinta-feira (15)

Painel Biosseguridade

08h às 08h40 – Biossegurança em fábricas de rações: principais eventos de risco de contaminação do alimento às granjas

Palestrante: Gustavo Simão

08h45 às 09h25 – Conhecendo o inimigo: como garantir a segurança da granja com relação a roedores

Palestrante: Isis Pasian

09h25 às 09h45 – Questionamentos

09h45 às 10h05 – Coffe-break

Painel Manejo da Produção

10h10 às 11h45 – Perdas ao abate: oportunidades no campo e abatedouro

10h10 às 10h35 – Qual o papel do abatedouro como cliente do sistema de produção? Uma visão holística

Palestrante: Jalusa Deon Kich

10h35 às 11h45 – Debatedores:

  • Marisete Cerutti
  • Augusto Queluz
  • Sérgio Carvalho
  • Mônica Santi
  • Ricardo José Buosi

11h45 às 12h – Questionamentos

12h05 – Sorteios e encerramento

Fonte: Assessoria Nucleovet

Suínos / Peixes

Embarques de carne suína crescem 4,7% em agosto

Resultado de agosto é o segundo melhor da história; alta acumulada nos embarques em 2024 chega a 7,7%.

Publicado em

em

Foto: José Fernando Ogura

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos (entre in natura e processados) totalizaram 118,1 mil toneladas em agosto, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O volume é o segundo melhor resultado mensal da história do setor e supera em 4,7% o total embarcado no mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 112,8 mil toneladas.

Na receita em dólares, a alta registrada no mês chegou a 9,1%, com US$ 276,3 milhões no oitavo mês de 2024, contra US$ 253,1 milhões. É o melhor resultado histórico mensal para o mês de agosto. Houve recorde para o mês também na receita em reais, com R$ 1,534 bilhão, saldo 23,4% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado, com R$ 1,241 bilhão.

No ano (janeiro a agosto), os embarques de carne suína totalizaram 870,2 mil toneladas, número 7,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, com 807,2 mil toneladas. Em receita em dólares, o resultado chegou a US$ 1,885 bilhão, número 1,6% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com US$ 1,916 bilhão. Já em reais, houve crescimento de 3,1%, com R$ 9,888 bilhões em 2024, contra R$ 9,594 bilhões em 2023.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “As exportações brasileiras de carne suína ganharam novos players, com o crescimento do protagonismo das Filipinas e do Chile, com fortes elevações comparativas” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

No levantamento por país, as Filipinas se consolidou como principal destino das exportações de carne suína do Brasil, com importações de 28 mil toneladas em agosto, número 80% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Em segundo lugar está a China, com 16,3 mil toneladas (-46%), seguida pelo Chile, com 12,3 mil toneladas (48%), Hong Kong, com 9,5 mil toneladas (+5%) e Japão, com 8,1 mil toneladas (+170%). “As exportações brasileiras de carne suína ganharam novos players, com o crescimento do protagonismo das Filipinas e do Chile, com fortes elevações comparativas. O mesmo ocorreu com o Japão, mercado que se destaca pela importação de produtos de alto valor agregado, e que agora é parte dos cinco maiores destinos do produto brasileiro”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Santa Catarina segue como maior exportador de carne suína do Brasil, com embarques de 62,5 mil toneladas em agosto, número 0,4% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Em movimento de forte alta, o Rio Grande do Sul exportou 26 mil toneladas, volume 13,6% superior ao embarcado em agosto de 2023. Em seguida, estão Paraná, com 16,7 mil toneladas (+8%), Mato Grosso, com 3,2 mil toneladas (+4%) e Mato Grosso do Sul, com 2,5 mil toneladas (+13,9%).

“O Brasil tem expandido sua presença global nas exportações de carne suína, especialmente em um contexto de redução das exportações do principal exportador do mundo, a União Europeia. O saldo em toneladas de janeiro a agosto é o maior obtido nos oito primeiros meses de um ano, esse mês de Agosto é o segundo melhor resultado da série histórica, após o recorde absoluto do mês de julho. Tudo indica para novo recorde de exportações para este ano”, ressalta o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua.

Fonte: Assessoria ABPA
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Apesar dos custos de produção em queda, desafios persistem na suinocultura

Na gestão de uma granja de suínos, o controle de custos desempenha um papel extremamente importante. A médica-veterinária Nicolle Andreassa Wilsek reforça que a gestão financeira e de dados é
essencial para tomar decisões assertivas, gerenciar recursos e garantir uma maior lucratividade para o produtor.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

A suinocultura, um dos pilares da agroindústria nacional, enfrenta desafios constantes, entre os quais o custo de produção se destaca como um dos mais significativos. O setor, altamente dependente de fatores como preços de insumos, produtividade e condições de mercado, é fortemente influenciado pelas variações desses elementos. Nesse contexto, o custo de produção afeta a rentabilidade dos produtores e a competitividade do setor no mercado global.

Médica-veterinária e técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR, Nicolle Andreassa Wilsek: “Os desafios relacionados ao custo de produção na suinocultura residem na manutenção do equilíbrio entre os gastos e as receitas” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O último ano encerrou com os custos de produção na atividade atingindo a marca de R$ 6,20 por quilo vivo, queda de 23,16% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves.

Santa Catarina, líder nacional na produção de suínos e referência para os cálculos do CIAS, registrou em março uma queda de 1,42% em relação a fevereiro, com o custo de produção por quilo de suíno vivo chegando a R$ 5,61 em sistema de ciclo completo. No acumulado do ano, houve uma redução de -9,52%, fazendo com que o ICPSuíno atingisse 321,12 pontos. Essa diminuição foi impulsionada pelo custo da alimentação dos suínos, que caiu para R$ 4,09, representando 73,33% do custo total.

Composição dos custos de produção

A médica-veterinária e técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR, Nicolle Andreassa Wilsek, explica que os custos de produção na suinocultura são compostos por quatro categorias principais: os custos variáveis, que flutuam de acordo com o nível de produção, englobam despesas diretas do produtor e têm o maior impacto nos custos, incluindo genética, produtos veterinários, mão-de-obra, alimentação, transporte, energia e combustíveis, manutenção e conservação, EPIs, seguros, equipamentos, despesas financeiras, administrativas e ambientais; os custos fixos, por outro lado, ocorrem independentemente da produção e incluem depreciação de máquinas, equipamentos e edificações, além de pagamentos de capital investido na atividade; já os custos operacionais são a soma dos custos variáveis e depreciação; enquanto o custo total é a soma dos custos variáveis e fixos, excluindo o custo operacional.

Impacto direto

O preço dos insumos tem um impacto direto no custo de produção, especialmente porque a alimentação representa uma parcela significativa dos custos no setor, variando de 60 a 70%. “O aumento dos preços do milho e da soja tem um impacto imediato no aumento do custo de produção. Esse efeito também se estende a outros tipos de insumos, como energia elétrica, produtos veterinários, EPIs, entre outros”, expõe Nicolle, que tratou sobre o tema no início de abril durante o Inovameat Toledo, que se destaca como um dos principais encontros dedicados à proteína animal no Paraná.

Gestão financeira

Na gestão de uma granja de suínos, o controle de custos desempenha um papel extremamente importante. A médica-veterinária reforça que a gestão financeira e de dados é essencial para tomar decisões assertivas, gerenciar recursos e garantir uma maior lucratividade para o produtor. “É muito importante para obter um retorno maior, para atenuar os gastos desnecessários e para conservar o patrimônio, preconizando a eficiência econômica e financeira da granja”, enfatizou.

Quanto às estratégias para diminuir os custos de produção na suinocultura, a profissional destaca a importância de identificar os gargalos dentro da granja, isso inclui evitar desperdícios, como de ração, vazamentos de água e a presença de fêmeas improdutivas, entre vários outros fatores que devem estar no radar do produtor.

E da porteira para fora da granja, Nicolle cita a necessidade de pensar na organização industrial, que envolve adequação do peso de abate, adequação de formulações nutricionais e logística de transportes.  “Os desafios relacionados ao custo de produção na suinocultura residem na manutenção do equilíbrio entre os gastos e as receitas, o que é alcançado por meio de bons índices zootécnicos, práticas eficientes de gestão e considerações ambientais equilibradas”, evidencia.

A profissional menciona que a suinocultura se beneficia de diversas tecnologias que podem contribuir para diminuir os custos da atividade. “Nas granjas a automação ajuda a reduzir a necessidade de mão de obra, enquanto o uso de energias renováveis, como solar e biodigestor, auxilia na diminuição dos custos com energia elétrica e combustíveis”, relata, acrescentando: “E a escala de produção influência de forma direta os custos na suinocultura, por isso que quanto mais animais produzindo, mais eficiência terá a propriedade e, consequentemente, maior rentabilidade. Além de otimizar logística de transporte, alimentação e demais suprimentos”, aponta.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de suinocultura acesse a versão digital de Suínos, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos / Peixes No Paraná

Vizinhos compartilham biodigestor para produzir energia limpa da suinocultura

Para viabilizar um sistema de produção de energia limpa, dois produtores de Itaipulândia, no Oeste, decidiram compartilhar um biodigestor e um gerador. Com isso, ambos conseguem baratear contas de luz e ainda manejar os resíduos da produção de maneira ambientalmente responsável.

Publicado em

em

A cerca que divide as propriedades de José Valdir Genaro e Ari Facioni, em Itaipulândia, no Oeste do Paraná, é uma mera formalidade quando o assunto é sustentabilidade na suinocultura. Para viabilizar um sistema de produção de energia limpa, os produtores decidiram compartilhar um biodigestor e um gerador. Com isso, os dois conseguem baratear suas contas de luz e ainda manejar os resíduos da produção de maneira ambientalmente responsável.

Usina de BioGás – produção de energia gerada a partir, neste caso, dos dejetos de suínos -, em Itaipulândia, região Oeste do Paraná.- Fotos: Roberto Dziura Jr./AEN

O compartilhamento do sistema também permite que o investimento feito pelos produtores se pague mais rápido, com uma produção diária de energia ainda maior. O modelo também serve de exemplo para pequenos produtores, que individualmente não teriam fôlego financeiro ou volume de dejetos para manter um sistema sozinho.

A história dos produtores é tema da série de reportagens “Paraná, energia verde que renova o campo”, que mostra exemplos de adesão ao programa RenovaPR e ao Banco do Agricultor Paranaense para implantar sistemas de energias sustentáveis em suas propriedades.

“Para o meu vizinho montar o gerador, a quantidade de suínos que ele tinha não seria suficiente para a finalidade que ele tinha imaginado, então ele me convidou para fazer uma parceria, cedendo o esterco dos meus animais para aumentar a capacidade de geração de energia”, explica Ari Facioni.

Com a soma dos dejetos dos 3 mil suínos da propriedade de Genaro e de 1,8 mil da propriedade de Facioni, o gerador instalado por eles produz cerca de 75 kilowatts por hora, funcionando mais de 12 horas por dia. O volume é suficiente para dar independência energética para as duas propriedades de maneira limpa e renovável. “É algo que dá conforto para nós. É uma despesa a menos que nós temos, com perspectiva, inclusive, de render uma renda extra com a venda da energia excedente para a rede”, conta Genaro.

Sistema

A geração de energia a partir dos dejetos e resíduos orgânicos acontece em duas etapas. Na primeira, os restos de ração, fezes, urina e carcaças são depositados em um poço cavado no chão e coberto por uma lona especial, chamado de biodigestor, onde passar por reações químicas que produzem o biogás. Depois, os gases passam por um gerador que os transforma em energia.

Além da energia, o sistema garante o manejo adequado dos dejetos dos animais, um dos maiores passivos da suinocultura atualmente. Com os biodigestores, todos os resíduos têm uma destinação ambientalmente correta, dentro da propriedade. “Dar destino para os dejetos e as carcaças era um serviço complicado, quase insalubre, com muita mosca e mau cheiro. Hoje o material é depositado no biodigestor e o manejo é muito mais limpo e fácil”, explica Genaro.

Os processos químicos do sistema também produzem um composto que pode ser devolvido à lavoura ou ao pasto da propriedade como um fertilizante rico em nutrientes. “Os resíduos voltam como um adubo tratado, de boa qualidade, que não queima a terra”, afirma o produtor Ari Facioni.

Sem este processo, o depósito destes dejetos é altamente prejudicial ao meio ambiente. Por causa disso, muitos suinocultores só conseguem aumentar suas produções ao construírem biodigestores nas suas propriedades. “Muitos agricultores não produzem mais porque isso significa dar destinação a mais dejetos. Sem este processo, os dejetos produzem muitos agentes contaminantes. Por outro lado, quando ele passa pelo biodigestor, ele se transforma em um fertilizante natural que deixa de ser agressivo ao meio ambiente”, explica o diretor ambiental da Prefeitura de Itaipulândia, Altair Ruschel.

Apoio

O investimento feito para a instalação de todo o sistema, que também conta com um triturador de carcaças, foi de cerca de R$ 800 mil e contou com o incentivo do Programa Paraná Energia Renovável (RenovaPR), do Governo do Estado.

O empréstimo para a construção do sistema foi feito a juro zero, por meio do Banco do Agricultor Paranaense, como forma de estimular a transformação energética no campo. O programa é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, e conta com recursos financeiros do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), administrado pela Fomento Paraná.

Ao todo, a subvenção de juros por meio do Governo do Estado para projetos deste tipo já passou de R$ 231 milhões desde 2021. Com este estímulo, já foram investidos mais de R$ 4,2 bilhões em 34 mil projetos de energia renovável em todo o Estado.

Em Itaipulândia, um programa da prefeitura da cidade em parceria com a Itaipu Binacional também oferece subsídio para a instalação dos biodigestores e fornece os geradores em consignação aos suinocultores. “Era uma vontade antiga instalar um sistema destes para gerar energia e dar a destinação para os resíduos da produção. Só assim a gente vai conseguir aumentar a nossa produção. Graças ao subsídio do RenovaPR a gente conseguiu concluir um projeto como este”, diz José Valdir Genaro.

Economia

A produção de suínos para corte é a quinta cultura agropecuária com maior Valor Bruto da Produção (VBP) do Paraná, com R$ 8,45 bilhões movimentados em 2023, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral). Este valor representa 4,27% de toda a economia do campo paranaense.

A região Oeste do Paraná, onde fica Itaipulândia, concentra a maior parte desta produção. A cidade é a sétima maior produtora de suínos do Estado, com R$ 246 milhões em VBP a partir da suinocultura. Toledo (R$ 1,25 bilhão), Santa Helena (R$ 560 milhões), Missal (R$ 482 milhões) e Marechal Cândido Rondon (R$ 450 milhões) são as maiores produtoras do Paraná.

Na comparação com outros estados, o Paraná é o segundo maior produtor do Brasil, com 3,1 milhões de suínos abatidos no primeiro trimestre de 2024, segundo dados da Pesquisa Trimestral de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Santa Catarina lidera a produção nacional, com 4,1 milhões de animais abatidos. Rio Grande do Sul (2,3 milhões) e Minas Gerais (1,4 milhão) e São Paulo (735 mil) completam a lista de cinco maiores produtores do Brasil.

Série de reportagens

A série de reportagens “Paraná, energia verde que renova o campo” está mostrando exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa RenovaPR para implantar sistemas de energias sustentáveis em suas propriedades. Criado em 2021, o RenovaPR apoia a instalação de unidades de geração distribuída em propriedades rurais paranaenses e, junto ao Banco do Agricultor Paranaense, permite que o produtor invista nesses sistemas com juros reduzidos. Todas as reportagens da série podem ser conferidas aqui.

Confira o vídeo

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo
ABMRA 2024

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.