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“Sanidade é hoje um dos maiores riscos da atividade suinícola”, diz especialista

Pesquisador da Iowa State University foi um dos palestrantes desta manhã no 12º Seminário Internacional da Agroceres PIC, que está sendo realizado no Rio de Janeiro

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A sanidade ocupa hoje lugar-central entre as preocupações do setor suinícola mundial. Os eventos sanitários registrados nos últimos anos – em especial a ocorrência da Diarreia Epidêmica dos Suínos (PED), nos Estados Unidos, e a Peste Suína Clássica, na Europa – colocaram o setor em estado de alerta e evidenciaram a necessidade de se desenvolver mecanismos mais ágeis de monitoramento, detecção, controle e erradicação de enfermidades na suinocultura.

Para o médico veterinário Daniel Linhares, professor e diretor do Curso de Pós-Graduação da Iowa State University, nos Estados Unidos, a modernização da atividade, com a intensificação da produção e o adensamento dos animais em unidades com múltiplos sítios em propriedade cada vez maiores, aumentou o risco de introdução e disseminação de patógenos nas granjas suinícolas. “A cadeia de produção de proteína animal é cada vez mais complexa e moderna. Complexa no sentido de ser dependente de milhares de eventos de transferência de animais desde a fase reprodutiva até o abate. Para se ter uma ideia, aproximadamente 350 mil suínos são transferidos diariamente no Brasil” afirma Linhares. “Ao mesmo tempo, houve uma modernização da operação, com granjas cada vez maiores, alto capital empregado e uso intensivo de tecnologia. Isso significa que o risco econômico da atividade é cada vez maior”, completa.

Daniel Linhares acaba de ministrar palestra no 12º Seminário Internacional de Suinocultura Agroceres PIC, que está sendo realizado no Rio de Janeiro e segue até sexta-feira (16/09).

Segundo o pesquisador, diante desse novo modelo de produção, um dos maiores riscos da atividade suinícola passa a ser o sanitário. “Os animais são expostos diariamente a agentes infecciosos. E a infecção de lotes de animais com agentes economicamente importantes afeta significativamente a sustentabilidade da operação a curto, médio ou longo prazos”, afirma.

O pesquisador da Iowa State University cita como exemplo um levantamento feito com suinocultores norte-americanos que aponta oportunidade econômica de US$ 20,00 por cevado produzidos naquele país. “E esses US$ 20,00 por cevado podem ser a diferença entre o lucro ou o prejuízo certo”, observa.

Emergentes, re-emergentes ou endêmicas

De acordo com Linhares, independente de serem emergentes, re-emergentes ou endêmicos, os patógenos sempre ocasionam perdas no desempenho dos animais e impactos econômicos negativos na produção. “A Lawsonia [microorganismo causador da Enteropatia Proliferativa dos Suínos, ou ileíte] é um patógeno que afeta muito o desempenho dos animais. Mas há agentes que geralmente não causam grandes impactos, mas a eventual mudança do equilíbrio entre animal-patógeno-ambiente os faz ganhar força, como é o caso da E.coli e do Senecavirus A”, afirma Linhares. “E, obviamente existem os patógenos que realmente são novos em determinado ponto no tempo/espaço e que causam grandes prejuízos, como por exemplo os diversos Coronavirus suínos registrados nos Estados Unidos entre os anos de 2013 e 2014”.

Embora faça questão de enfatizar que todos os patógenos são relevantes e devem ser adequadamente monitorados e controlados, Linhares aponta o vírus da PRSS [Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos] como o mais importante nos Estados Unidos e Europa. Segundo ele, um estudo de 2011, realizado pela Iowa State University, calculou que o PRRSv custa para a indústria suinícola dos Estados Unidos US$ 664 milhões por ano, e, na Europa, os números são estimados em €1,5 bilhão por ano.

De acordo com o especialista, em resposta à PRRS, as granjas norte-americanas têm adotado uma série de procedimentos para conter ou minimizar os impactos da doença. Entre eles, a adoção de fluxos adequados de leitoas (unidades de preparação de leitoas), monitoria sanitária intensa e rigorosa, fluxos unidirecionais “todos dentro-todos fora”, entre outros. “No Brasil, não temos a PRRS, mas temos muitas misturas de origem, ventilação natural, sistemas contínuos, etc., o que faz com que doenças bacterianas florescem e se perpetuam”, observa Linhares.

Aumentando o controle sanitário

Frente a essa realidade, preconiza o especialista, o primeiro passo para o controle do impacto econômico dos agentes infecciosos na produção suinícola é a prevenção e, em alguns casos, a construção da imunidade do rebanho. “Isso significa estruturar um bom programa de biossegurança, focado, sobretudo, na redução de número de eventos, como redução da introdução de animais, estabelecimento rigoroso dos períodos de vazio sanitário, dias de remoção de dejetos no ano, etc.”, afirma Linhares.

O segundo ponto a ser observado nos protocolos de biossegurança, explica o especialista, é reduzir ao máximo o risco dos eventos não evitáveis através da adoção de normas sanitárias rígidas em procedimentos corriqueiros, como a obrigatoriedade de banho na entrada e saída da granja, a descontaminação eficiente de caminhões e o controle da entrada de suprimentos, além do desenvolvimento de tecnologias de filtragem de ar nos galpões e a quantificação de risco para diferentes tipos de infecções.

Atenta à importância da prevenção e controle da transmissão de patógenos via o ingresso de veículos nas granjas, a Agroceres PIC acaba de implementar no Brasil um novo conceito para a desinfecção de caminhões utilizados no transporte de suínos e de automóveis com necessidade de acesso às unidades produtivas. Conhecido como TAAD (Thermo-assited drying and decontamination, em inglês), o sistema consiste em uma estação vedada na qual o veículo, após ser lavado na área externa, passa por um processo de desinfecção por secagem forçada com ar aquecido, sem o uso de desinfetantes. Inédito no Brasil, o sistema garante a completa inativação de bactérias, fungos e vírus.

Já quanto à imunidade do rebanho, Linhares aponta a vacinação e a aclimatação estratégica das leitoas de reposição como pontos-chave para a redução do impacto das enfermidades endêmicas e/ou potencialmente re-emergentes.

Já para proteção sanitária dos sistemas de produção, o pesquisador da Iowa State University indica a piramidização da produção, a realização de vazios sanitários sistematizados e a determinação de fluxos adequados para o trânsito de veículos, sobretudo das carretas, como fatores que fazem muita diferença na mitigação do risco de “mover” patógenos entre granjas. “Na suinocultura moderna o sucesso depende de pequenos detalhes e os sistemas de biossegurança são feitos de uma soma deles.  Por isso a biossegurança deve ser vista como prioridade e fator-chave para o sucesso a longo prazo”, finaliza Linhares.

O 12º Seminário Internacional de Suinocultura da Agroceres está sendo realizado no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 16 de setembro.

Fonte: Assessoria

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Presidente da Lar assume Conselho Diretivo da ABPA

Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial.

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Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, com o Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial e do Conselho Diretivo da ABPA - Foto: Divulgação/Lar

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou na última semana a continuidade do mandato de Ricardo Santin como presidente, garantindo estabilidade e liderança consistente para a entidade. Simultaneamente, Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, foi nomeado para presidir o Conselho Diretivo, trazendo sua vasta experiência e visão estratégica para fortalecer ainda mais a representatividade do setor.

A reafirmação de Ricardo Santin na presidência da ABPA é um reconhecimento de sua competência e dedicação à indústria de proteína animal. Santin demonstrou habilidade em enfrentar desafios complexos e impulsionar o desenvolvimento sustentável do segmento es ua recondução ao cargo é uma demonstração da confiança depositada pelos membros da ABPA em sua liderança.

Por sua vez, Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial. Sua nomeação para presidir o Conselho Diretivo representa um marco importante na história da ABPA, evidenciando o compromisso da entidade em diversificar sua liderança e garantir representatividade para todos os segmentos da cadeia produtiva.

Em uma entrevista exclusiva ao programa de rádio da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues compartilhou sua visão e expectativas para o novo papel que assumirá na ABPA. Ele enfatizou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre as empresas associadas, destacando a necessidade de buscar o consenso e a harmonia em prol do desenvolvimento sustentável do setor. “Assumir a presidência do Conselho Diretivo da ABPA é uma honra e um desafio que encaro com muita responsabilidade”, afirmou Irineo da Costa Rodrigues durante a entrevista. “Estou comprometido em trabalhar em conjunto com todas as empresas associadas, buscando sempre o interesse comum e contribuindo para o crescimento e a valorização da indústria de proteína animal.”

A renovação de Ricardo Santin na presidência da ABPA e a nomeação de Irineo da Costa Rodrigues para o Conselho Diretivo marcam um momento de continuidade e renovação para a entidade. Com essa combinação de liderança experiente e novas perspectivas, a ABPA se fortalece para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, assegurando seu papel como uma das principais vozes do agronegócio brasileiro.

Importância da ABPA na indústria brasileira de proteína animal

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é uma entidade fundamental para a representação e promoção dos setores de avicultura e suinocultura do Brasil. Como uma organização sem fins lucrativos, a ABPA é administrada por um Conselho Diretivo, com o respaldo de um Conselho Consultivo, e desempenha um papel crucial na defesa dos interesses desses segmentos.

A estrutura funcional da ABPA é composta por câmaras setoriais temáticas, responsáveis por tratar de questões técnicas e conjunturais relevantes para os setores de aves e suínos. Sob a liderança do presidente executivo Ricardo Santin, a ABPA tem como missão primordial representar esses setores em fóruns tanto nacionais quanto internacionais, zelando pela qualidade, sanidade e sustentabilidade dos produtos.

Além de sua atuação representativa, a ABPA também se dedica ao fomento do desenvolvimento tecnológico e à expansão da atuação do setor produtivo nos mercados interno e internacional. Por meio de diversas iniciativas, a associação busca promover a profissionalização e o crescimento sustentável da indústria de proteína animal, contribuindo para a economia brasileira e para a geração de empregos no país.

Um dos principais focos da ABPA é viabilizar novas oportunidades para o setor produtivo, tanto por meio de negociações internacionais quanto através de relações institucionais junto aos stakeholders no Brasil e no exterior. Ações para a abertura de novos mercados e a promoção da qualidade e segurança dos produtos brasileiros também estão entre as prioridades da associação.

Assim, a ABPA desempenha um papel central na promoção e defesa dos interesses da avicultura e da suinocultura brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a competitividade desses setores no cenário nacional e internacional.

Composição do Conselho

O novo conselho diretivo contará ainda, entre titulares e suplentes com a participação de Neivor Canton, diretor presidente da Aurora Coop, José Carlos Garrote de Souza, presidente conselho de administração da São Salvador Alimentos, Cláudio Almeida Faria, gerente geral da Pif Paf Alimentos, Irani Pamplona Peters, presidente da Pamplona Alimentos, José Roberto Fraga Goulart, diretor-presidente da Alibem, José Mayr Bonassi, Rudolph Foods, Fábio Stumpf, diretor vice-presidente de agro e qualidade da BRF, Marcelo Siegmann, diretor de exportações da Seara, Dilvo Grolli, diretor presidente Coopavel, Bernardo Gallo, diretor-geral Cobb-Vantress, Rogério Jacob Kerber, diretor-executivo SIPS, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, CEO Avivar Alimentos, Dilvo Casagranda, diretor de exportações da Aurora Alimentos, Carlos Zanchetta, diretor de Operações da Zanchetta Alimentos, Nestor Freiberger, presidente da Agrosul, Cleiton Pamplona Peters, diretor comercial mercado interno da Pamplona Alimentos, Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa, Gerson Muller, conselheiro Vibra Agroindustrial, Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de mercado internacional e planejamento da BRF, Jerusa Alejarra, Relações Institucionais da JBS, Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol, Mauro Aurélio de Almeida, diretor da Hendrix Genetics para o Brasil, José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, Jorge Luiz de Lima, Diretor da ACAV/Sindicarne, e Roberto Kaefer, presidente do Sindiavipar.

O ex-ministro e ex-presidente da ABPA, Francisco Turra, também foi reconduzido à presidência do Conselho Consultivo da associação, juntamente com os demais membros do conselho.

Fonte: Assessoria Lar
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41ª Conferência Facta WPSA-Brasil será realizada em setembro de 2025

Tradicional evento da avicultura brasileira agora é bienal. Evento vai trazer como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal” manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário avícola mundial.

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Presidente da Facta, Ariel Mendes: "Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro" - Foto: Divulgação/Facta

A partir de 2025 a Conferência Facta WPSA-Brasil será bienal, a próxima edição ocorrerá entre os dias 02 e 03 de setembro, na Sociedade Hípica de Campinas (SP). O evento, que traz como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal”, manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário mundial da avicultura.

“Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro. Essa escolha se baseia no término das férias na Europa e nos Estados Unidos, o que facilita a participação de palestrantes estrangeiros, além de ser um mês com menos eventos no Brasil. Essa mudança visa otimizar a participação e o aproveitamento do evento pelos profissionais do setor avícola”, explica o presidente da Facta, Ariel Mendes.

A evolução da conferência, desde seus primórdios como um seminário até sua consolidação como a Conferência Facta de Ciência e Tecnologia Avícolas, demonstra seu compromisso contínuo com a excelência e a inovação. Por isso, nesta edição, a organização abordará estratégias eficientes de controle de salmonela, competitividade na produção de frango sem antimicrobianos, temas sobre incubação, manejo da microbiota em poedeiras, automação, gestão de dados e qualidade na produção, uso de inteligência artificial na gestão avícola e gestão integrada de sanidade e dados.

A Conferência Facta é o principal evento técnico da avicultura brasileira, reconhecido por sua qualidade técnica, com palestrantes nacionais e internacionais, o evento aborda temas essenciais ao setor. “O lançamento da próxima conferência está previsto para ocorrer durante o SIAVS 2024, em agosto, com o programa completo já planejado até setembro ou outubro, proporcionando às empresas tempo para incluí-lo em seus orçamentos para o próximo ano”, lembrou Mendes.

Fonte: Assessoria Facta
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Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam lavouras e dificultam logística

Estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

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Foto: Divulgação

A fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última terça-feira (30) deixou um rastro de destruição e prejuízos por onde passou. O estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

O Rio Grande do Sul é segundo maior estado produtor de soja no Brasil. Por isso, as intensas chuvas têm deixado agricultores em alerta. Além de retardar as atividades de campo, as precipitações em excesso vêm gerando preocupações sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade tente a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil colheu, até agora, 90,5% da área de soja da safra 2023/24. O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas – no Rio Grande do Sul, somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023, conforme aponta a Conab. A Emater/RS, por sua vez, indica que 76% da área sul-rio-grandense havia sido colhida até o dia 2 de maio, inferior aos 83% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano (Conab).

Para o milho, a colheita da safra verão está praticamente paralisada no Rio Grande do Sul.  Segundo a Emater/RS, os trabalhos atingiram 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, avanço semanal de apenas 1 p.p.. No Paraná, foram colhidos 98% da área total até essa segunda-feira, leve aumento de 1 p.p. em relação ao dado divulgado no dia 29 pela Seab/Deral. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 93% no dia 28, segundo a Conab.

Frango, suínos e ovos

De acordo com colaboradores do Rio Grande do Sul consultados pelo Cepea, as fortes chuvas dos últimos dias têm prejudicado as negociações envolvendo frango, suínos e ovos. Com rodovias e pontes interditadas, o transporte do produto para atender à demanda em parte das regiões sul-rio-grandenses e também de fora do estado vem sendo comprometido.

Além disso, produtores relatam dificuldade em adquirir insumos, como rações e também embalagens e caixas, no caso de ovos. Agentes consultados pelo Cepea também indicam que algumas propriedades de produção suinícola e avícola foram danificadas; eles estão à espera de que a situação seja controlada para que os prejuízos sejam calculados.

Pecuária de corte

Agentes consultados pelo Cepea no Rio Grande do Sul indicam que, como as chuvas destruíram pontes e danificaram trechos de estradas, muitos lotes de animais para abate não conseguem ser transportados aos frigoríficos. Com isso, muitos compradores e vendedores estão fora do mercado nestes últimos dias, à espera de que a situação seja controlada.

Arroz

O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz do Brasil, e as intensas chuvas desta semana deixaram orizicultores em alerta. Segundo pesquisadores do Cepea, a colheita, que já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores, pode ser ainda mais prejudicada.

Colaboradores consultados pelo Cepea relatam que as recentes tempestades deixaram as lavouras debaixo d’água, inviabilizando as atividades.

Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24, ainda conforme apontam pesquisadores do Cepea.

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados no dia 22 de abril indicavam que, até aquele momento, a média era de 8.612 quilos por hectare no estado.

Cenoura

Dentre os produtos hortifrutícolas acompanhados pelo Cepea no Sul, o mais prejudicado foi a cenoura. O Cepea ainda não conseguiu levantar a extensão das perdas na praça produtora de Caxias do Sul (RS), mas o cenário é crítico.

Em Vacaria (RS), localizada em uma altitude mais elevada, os impactos do temporal foram menos severos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diante da situação delicada, a amostragem de preços de cenoura desta semana foi significativamente menor.

Estima-se que as inundações resultem em uma janela de oferta e, em muitos casos, dificultem, inclusive, a retomada das áreas afetadas.

De acordo com a prefeitura de Caxias do Sul, a barragem São Miguel está em estado de alerta. Sinal de evacuação já foi emitido, e, em caso de ruptura, tanto a área urbana quanto a rural correm risco de alagamento.

Tomate e batata

As safras de batata em Bom Jesus e de tomate em Caxias do Sul estão próximas do final, mas os danos neste encerramento de safra devem ser grandes, devido aos volumes e à duração das chuvas.

Fonte: Com assessoria Cepea
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CBNA – Cong. Tec.

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