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“O frango mais barato do Brasil para exportação estará nos estados do MT, TO, PI e MA”, sugere palestrante

Dar atenção a locais com aquíferos e boa produção de grãos são estratégias importantes para produtor que pretende expandir a produção avícola

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O aumento crescente do consumo de carne no mundo tem dado ao Brasil grande notoriedade nos últimos anos, isso porque o país é um grande produtor da proteína, que abastece o mercado interno e, principalmente, externo. Isso faz com que gere uma necessidade de o produtor brasileiro passar a pensar mais em estratégias para produzir mais, com mais qualidade e melhor. Para explicar um pouco sobre o assunto, o médico veterinário Gabriel Jorge Neto falou sobre “Logística da produção de frangos de corte no Brasil” durante a Conferência Facta, que aconteceu em maio em Campinas, SP, reunindo lideranças da avicultura brasileira. Para ele, regiões hoje pouco tradicionais, como Centro-Oeste e Norte, vão se tornar produtoras com custos mais baixos que no Sul.

O especialista explicou que a tendência do consumo médio per capita para a carne de frango é maior que das outras proteínas, tendo uma média de crescimento de consumo em 3%. De acordo com ele, as expectativas para os próximos dez anos é que a União Europeia importe metade dos produtos agropecuários do Mercosul. “Esta expectativa é bastante positiva”, afirma.

Mas, pensando nas projeções do Brasil para os próximos anos, Neto comenta que em relação à produção de grãos o país ainda tem muito a crescer. Ele comenta que todos os anos há um ganho de um a dois milhões de hectares para o plantio. “Estamos no momento com 60 milhões de hectares de grãos, mas ainda temos a disponibilidade de mais 338 milhões de hectares”, conta. Ele comenta ainda que com a quantidade de hectares subindo todos os anos em uma média de 1,5 milhão de hectares, a produtividade no país é grande. “Mas temos que considerar o segundo plantio de milho, que é a safrinha, que é o fato mais relevante para o potencial de crescimento, porque onde tem segunda safra de milho é onde devemos investir em novas granjas”, afirma.

Ele comenta que além do crescimento do número de hectares, também a produtividade aumentou nos últimos 15 anos. “Crescemos em produtividade, fazendas, criamos novas cidades que melhoraram o país”, diz. Para ele, isso é resultado da soja e do milho, que representam quase 90% de toda a produção de grãos nacional. “A produção de milho só cresce. A produtividade por hectare mais que dobrou nos últimos 15 anos. E a produção nacional da soja também vem aumentando. A produtividade da oleaginosa cresceu de mais de dois mil quilos por hectare para 3,3 mil quilos”, comenta. Ele acrescenta que ampla parte desta produção está concentrada no Sul e Centro-Oeste do país.

Porém, o especialista pede atenção para as novas regiões em que a produção vem crescendo consideravelmente, como a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e o Pará. “O crescimento acentuado destas regiões está fortemente fundamentado na Ásia. Embora o Mercosul exporte bastante para a Europa, a exportação brasileira está quase que completamente concentrada na Ásia”, comenta. Neto explica que o grosso das exportações brasileiras passam pelo Canal do Panamá, e que a duplicação e crescimento dele é um dos fatores mais relevantes em relação à logística da produção brasileira.

Neto conta que as exportações de milho brasileiras estão fortemente centralizadas na Ásia. “A Indonésia é um dos países que vai ser um fator grande das exportações brasileiras. As Filipinas também são um país interessante”, diz. O especialista ainda comenta que as exportações de soja estão centralizadas em países como China, Indonésia, Tailândia, Irã, Coreia do Sul e Rússia. “Grande parte das exportações em volume vão para estes países”, diz.

Ele comenta que a avicultura de corte no Brasil tem crescido significativamente, porém, nos últimos anos teria se mantido mais estável. “A exportação tem crescido bastante, assim como a disponibilidade interna também tem sido bastante estável”, comenta. Ele acrescenta que o país teve uma produção anual e alojamento de pintos crescente nas últimas décadas. “Subiu de 4,5 bilhões para 6,5 bilhões. O alojamento de pintos está fortemente concentrado no Sul do país, com 57,5% do plantel. E a produção de carne de aves está concentrada nos três estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), representando aproximadamente 60%”, conta. Além disso, ele diz que o abate também está centralizado nos três estados sulistas. “O Brasil é um país rico em alimentação”, afirma.

Regiões

Mas, mesmo as tradicionais regiões sendo as grandes produtoras, o Brasil ainda tem muito a expandir, sugere Neto. “O país tem uma densidade demográfica totalmente concentrada nos estados do Sul e Sudeste e no litoral do Nordeste. Brasília foi o início da colonização no interior para abrir milhões de hectares de Cerrado no país”, conta. Ele acrescenta que a logística de frango de corte tem tudo a ver com a evolução do plantio de soja e no milho no Brasil. “Em 1995 essa produção era concentrada no Sul, não havia nada em outras regiões. Olhe o que acontece depois de 20 anos, o grosso está no Centro-Oeste, e podemos incluir o Matopiba nisso”, afirma.

O especialista reitera que os estrategistas no momento em que pensam em logística para a produção de frango de corte devem pensar onde há milho safrinha. “O Sul da Bahia, Leste e Sul do Tocantins têm grande produção do milho safrinha, assim como as regiões Centro-Oeste, Mato Grosso e Paraná”, diz. Outro detalhe que deve ser observado para quem pretende aumentar a produção de aves de corte é se há quantidade de água disponível no local. “É importante que façam uma análise dos aquíferos. Não se pode pensar em produzir granjas de grande porte em regiões que não tenham aquíferos, por conta da seca. O mundo inteiro está mudando a temperatura, a região central do Brasil vai ficar extremamente seca nos próximos 30 anos. Por isso, recomendo que sejam estudados os aquíferos, para ver onde podem ser feitas granjas”, conta.

Além disso, o crescimento dos portos brasileiros também é positivo para o país. Em 2000 os portos do Norte não exportavam nada. Foi a partir de 2013 que aumentou as exportações no Porto Itaqui, no Maranhão. “As exportações cresceram rápido na região Norte. As projeções é que as exportações nesta região aumentem 23,8% em 2017. Ou seja, nós vamos exportar pouco mais de 100 milhões de toneladas pelos portos de Itaqui e de Belém. São regiões que ainda vão crescer muito”, afirma. Neto conta que há expectativa de crescimento do Porto de Itaqui, de um crescimento de 75%, além do Porto de Vila do Conde, em Barbacena no Pará.

Outro dado interessante apresentado por Neto foi que o custo da ração no Mato Grosso é mais baixo que no Paraná, sendo que este estado e Santa Catarina são os maiores produtores de frango de corte. “Porém, a criação do frango no Mato Grosso é mais cara, isso, em decorrência da logística”, afirma. Entretanto, o especialista acredita que nos próximos cincos anos, a situação poderá estar resolvida. “O frango mais barato do Brasil para exportação estará nos estados do Mato Grosso, Tocantins, regiões próximas a Uruçuí (PI) e do Maranhão”, diz.

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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