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Bovinos / Grãos / Máquinas

“Milho é o produto com mais espaço para crescer no Brasil”

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Foram
reunidos nesta terça-feira (19), em Cascavel, produtores rurais e técnicos de
diferentes áreas do agronegócio, para conferir a edição brasileira da Ronda
Latinoamericana promovida pela Alltech, sobre o tema “Desperte sua curiosidade:
as novas tecnologias poderão oferecer eficiência, rentabilidade e sustentabilidade?”.
A programação é levada anualmente aos principais centros produtores de
alimentos de cada país. Neste ano, a região Oeste do Paraná foi a escolhida no
Brasil. Na pauta assuntos ligados à produção de alimentos. Falaram ao público
presente o vice-presidente da América Latina da Alltech, Guilherme Minozzo, a
diretora de operações para a América Latina, Simone Cavalli, o gerente avícola
da Alltech para América Latina, Felipe Fagundes, o gerente regional Sul da
Alltech CropScience, Flavio Soares Muniz, 
e para finalizar, o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que
falou sobre os desafios do Brasil para aumentar sua produtividade. Segundo Grolli,
ainda há espaço e condições para o país aumentar sua produtividade de grãos,
apesar de grandes gargalos existentes.

O
presidente da Coopavel expôs que em 22 anos, o país aumentou 218% a sua
produtividade, saltando de cerca de 57,8 milhões de toneladas de grãos para os
prováveis 183,6  milhões de toneladas
deste ciclo. Isto com um aumento de apenas 40% em área (de 37,8 milhões de
hectares para 52,9 milhões em 2013). A área cultivada atualmente não passa de
6% do território brasileiro, sendo que a maior produtividade – 78% está
concentrada entre o sul e a região centro Oeste). “Ainda temos disponível cerca
de 85 milhões de hectares para serem cultivados, ou seja, cerca de 10% do
território do país. Isto sem precisar mexer em um centímetro sequer da
Amazônia”, informa Grolli.

 Solução

A
solução para o aumento da área, aponta o cooperativista, está no melhor aproveitamento
das áreas de pasto para gado de corte. Conforme ele, o rebanho nacional, de
aproximadamente 200 milhões de animais está distribuído em cerca de 210 milhões
de hectares de terra – 25% da terra brasileira. Assim, ele explica que é
possível potencializar esse aproveitamento de área, transferindo área de pasto
para as culturas – cerca de 50%. Com esta medida, raciocina o ruralista, seria
possível crescer em até três vezes a área destinada à agricultura no Brasil.
“Hoje em dia temos tecnologia eficiente para criar gado em menos espaço ou
confinado”, argumenta.

 A
vez do milho

E
o crescimento da produtividade brasileira de grãos não está concentrada
principalmente na soja. Dilvo Grolli acredita que o milho deve ser a principal
vedete nesse processo de crescimento. Para esta conclusão, ele também faz
algumas análises. A primeira delas é que a produtividade de soja por hectare no
Brasil é equivalente aos EUA (2,9 mil Kg/ha), grande produtor mundial. Porém,
no milho, há grande variação de produtividade por hectare de acordo com cada
região brasileira, haja vista que a extensão territorial leva a diferentes
tipos de clima e até solo.  Ele cita que
a média de produtividade norte-americana é de 10 mil quilos de milho por
hectare, enquanto na Argentina é de 7,3 mil quilos/ha e no Brasil essa média
cai para 4,9 mil kg/ha. “O que acontece é que temos uma diferença de tecnologia
e consequentemente de produtividade nas diversas regiões: no Norte e Nordeste é
de apenas 2,3 mil Kg/ha; no Centro Oeste, mais precisamente no Mato Grosso, a
média é de 5,3 mil Kg/ha. Já no Sul do país, alcançamos em torno de 8 mil Kg/ha
no verão e cerca de 6 mil Kg/ha na safrinha. Em regiões potencialmente
produtoras, como o Oeste do Paraná, essa produtividade gira entre 10 e 12 mil
Kg/ha”, detalha.

Diante
do quadro apresentado, Dilvo Grolli acredita que o aumento da área de cultura
de grãos vai aumentar com milho, mas que o cultivo deverá ser feito por
“especialistas”. “Vai plantar no milho quem investe visando resultados mais
altos”, declara.

Por
que o milho? A resposta de Dilvo Grolli está na ponta da língua: “O milho, além
de ser uma alternativa viável para o aumento da produção de alimentos, também é
excelente alternativa para atender a demanda energética, na produção de
combustível”, ressalta. Além disso, ele destaca que as condições brasileiras de
produção são muito melhores que outros potenciais países agricultores, como
China ou Rússia, e a própria Argentina. Os EUA produzem 369,1 milhões de
toneladas/ano, a China 208 milhões e o Brasil 76 milhões.

Grolli
faz uma análise audaciosa do aumento da produtividade brasileira de grãos. Cita
que, se o Brasil continuar crescendo na produção de grãos em média de 5% ao
ano, em 2020 produzirá 260 milhões de toneladas. “Um incremento que temos que
concordar, é excepcional”, vislumbra. No entanto, ele destaca que ainda
estaremos longe dos campeões mundiais, a China – 550 milhões de toneladas e os
EUA – 530 milhões. (O Presente)

Tecnologia combate
gargalos do Brasil

Sem
medo de errar, o diretor-presidente da Coopavel afirma que é com uso de
tecnologia de ponta que o Brasil vai aumentar sua produtividade de grãos. “Este
é o caminho: a implementação de tecnologia e o melhor aproveitamento de áreas
que hoje são destinadas a pastagens”, diz, citando que foi graças à utilização
de tecnologia de insumos, máquinas, genética e à profissionalização que o país
ampliou em mais de 200% a sua produtividade em 20 anos, com um incremento de
apenas 40% em área.

É
a utilização de tecnologia, ressalta o dirigente, que por enquanto pode fazer
frente aos graves gargalos que a agricultura brasileira enfrenta. Ele cita que
os maiores entraves são a infraestrutura e logística, a alta carga tributária
do país e a falta de mão de obras e o seu alto custo.

Viabilidade

O
cascavelense tem números que refletem o problema que transformou-se no Brasil o
transporte das safras. Para transportar a saca de soja do Centro Oeste para um
porto, o custo do frete rodoviário é de R$ 15 a R$ 20 a tonelada do grão. Se
for de milho, levando em conta o preço desta commoditie, é inviável o
transporte. De Cascavel ao Porto de Paranaguá, o valor do frente é de
aproximadamente R$ 6 a tonelada. “É um custo muito alto que torna a nossa safra
muito cara”, lamenta, destacando que o transporte das produção agropecuária
brasileira é feita 60% por rodovia, 33% por ferrovia e 7% por hidrovia.Nos
Estados Unidos, o transporte por rodovia é de apenas 16%.

Por
outro lado, ele declara que o problema de logística e de alta carga tributária,
além da burocracia, são resolvidas via governamental. Mas a solução do alto
custo e escassez de mão de obra pode estar na maior utilização de tecnologia.

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Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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