Avicultura
Finalmente o mercado se equilibrou para quem produz frango, avalia especialista em mercados
Alexandre Mendonça de Barros destacou projeções para cerca de 1,5 mil produtores de aves, ovos e suínos, em agosto, na cidade de Medianeira, PR
O consumidor brasileiro aos poucos vai retomando seu poder de consumo e, aos poucos, comendo mais carne. Essa é uma das perspectivas do analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros, que discursou para 1,5 mil produtores de aves, ovos e suínos do Oeste do Paraná no dia 15 de agosto. A palestra abriu os trabalhos do Fórum Lar Agro, evento voltado ao conhecimento e negócios da cooperativa Lar. Para Barros, a tendência é de custos e preços estáveis para o produtor de frango e retomada do mercado perdido com a crise que se instalou em 2014 e se agravou no ano passado.
Isso mesmo. Até o frango perdeu espaço no mercado brasileiro. Aliás, só o ovo é que se saiu bem no cenário criado pela conjuntura político/econômica brasileira, afirma o especialista. “De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último ano só o consumo de ovos aumentou entre as proteínas animais. Tivemos queda no consumo de carnes no Brasil. Incrível, mas tivemos até queda do consumo de frango”, cita. De acordo com ele, mesmo mais acessível das carnes e de maior consumo, o frango perdeu espaço, mas não foi o mais afetado. “Houve queda no consumo de leite. Aliás, faz dois anos seguidos que isso acontece. Essa queda seguida não ocorria há 15 anos”, pontuou. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita de carne de frango no Brasil caiu de 43,25 quilos/ano em 2015 para 41,10 quilos no ano passado.
Segundo ele, todas as carnes, que competiram mais acirradamente entre si durante a recessão, começam a reconquistar seu espaço no prato do cidadão. “A gente começa a ver um ciclo de recuperação de preços do frango, assim como do gado e suínos. Finalmente o mercado se equilibrou para quem produz frango e suínos”, aposta Barros. Apesar disso, ele ressalta que os preços ainda podem ser melhores. “Com menos carne de frango no mercado interno tem que subir o preço, mas isso não aconteceu até agora”, disse.
Para ele, o setor de ovos, naturalmente, deve ceder esse espaço retomado pelas carnes, mas, em sua opinião, manterá bom desempenho. “O setor de ovos está em um cenário muito positivo. Porém, com a economia se recuperando, o consumo de frango se recupera e o consumo de ovos perde relevância com relação a essa fase exuberante que estamos vivendo”, analisa.
De acordo com ele, o aumento de consumo de todas as carnes diminui a concorrência entre elas pelo mercado, estabilizando preços. “No ano passado houve uma briga por market share (cota de mercado, na tradução livre). Essa disputa gerou preços baixos. Agora, parece que se reequilibrou. Um cenário mais firme faz a concorrência diminuir um pouco”, aposta.
Conforme Barros, no auge, o consumo de carne vermelha do brasileiro chegou a 40 quilos per/capita/ano, mas recuou para 36 quilos há quatro anos e hoje está entre 25 e 26 quilos. O frango veio ganhando espaço, mas o desempenho neste ano é menor. “Até os sete primeiros meses do ano caiu o consumo de frango no Brasil. O ovo foi o grande ganhador desse momento porque o cinto apertou para os brasileiros. O leite foi o mais afetado, mas incrivelmente o frango, alimento mais barato, também sofreu consequências”, cita.
Em sua opinião, as boas safras de milho e soja garantem estabilidade nos custos de produção até o início de 2018. “Quem produz proteína animal vai ter um grande alívio de custos esse ano e no começo do ano que vem. E se a safrinha (2018) for boa, esse custo pode ficar bom até o fim do ano que vem”, destaca.
JBS
De acordo com o analista, os começam a diminuir os reflexos dos escândalos envolvendo as empresas do grupo J&F, líder do setor de carnes. “O mercado do boi cedeu muito pelos problemas de caixa da JBS, responsável por 27% do abate de carne vermelha no Brasil. “Pressionado pelo momento de tensão da empresa líder de carne vermelha, a proteína caiu de preço. Com o frango também. Só a Seara representa 22% do frango do Brasil. Se juntar com a BRF, dá quase a metade. Mas de um mês para cá, o cenário mudou e o preço reagiu. É um resultado relevante. Isso aconteceu muito porque a JBS conseguiu renegociação com bancos para pagar só juros por um ano e liberaram a venda dos ativos. Alguns, como Alpargatas e Vigor, já foram vendidos”, apontou.
Mais informações você encontra na edição de Aves de Setembro/ Outubro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
