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‘Nova’ carne suína aguça apetite do consumidor

Antigo porco tipo banha deu lugar a um animal com alta capacidade de produzir carne magra; preço também ajuda suíno a estar mais presente no prato do brasileiro

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A carne suína é a proteína animal mais consumida no mundo, com uma produção de mais de 110 milhões de toneladas em 2015, o que representa em torno de 40% de toda carne produzida no planeta. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a carne suína é, entretanto, apenas a terceira colocada na preferência do cliente. O consumo per capita/ano chegou a 15,08 quilos, contra aproximadamente 30 quilos de carne bovina e 43 quilos de carne de frango. Mesmo assim, a indústria suinícola brasileira tem a comemorar, com a presença cada vez mais frequente dessa proteína no prato do consumidor. O ano passado marcou, pela primeira vez na história, o rompimento da barreira de consumo dos 15 quilos/per capita/ano no país – sem contar as crescentes exportações.

Além ser bem mais barata que a carne bovina, iniciativas de marketing e conscientização da população sobre os valores nutricionais e a qualidade da carne suína auxiliaram na expansão do consumo no Brasil. Um estudo divulgado em março pela ABPA mostra uma mudança na percepção dos brasileiros sobre a carne suína. Em 2008, 33% dos entrevistados consideravam a carne gordurosa. O índice caiu para 28% na pesquisa recente. “É sabido que a carne suína é saudável e com baixos teores de gorduras. Esta melhora da imagem é um bom sinal do resultado dos trabalhos de esclarecimentos sobre as propriedades nutricionais dos produtos”, destaca o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Ainda de acordo com a pesquisa, a carne suína está presente em 78% dos lares brasileiros,  índice 10% superior que o de 2008.

No Paraná, terceiro maior produtor do país, atrás de Santa Catariana e Rio Grande do Sul, a indústria tem forte atuação na região Oeste, com destaque para Frimesa, Coopavel e BRF. O polo produtor é Toledo, que engloba municípios como o vizinho Marechal Cândido Rondon, onde a carne suína é íntima dos moradores. Colonizada por descendentes de alemães, Rondon é conhecida por restaurantes e festas que servem pratos típicos da culinária alemã e que levam a carne suína como principal ingrediente. Entre os mais conhecidos estão o eisbein (joelho suíno), kassler (bisteca), wurst (salsicha) e o Leitão à Marechal.

No dia a dia

Mas não é apenas nas comemorações e datas especiais ou mesmo em pratos elaborados que o suíno está presente na mesa do rondonense. Sabor, tradição e saudabilidade se unem a preço baixo para infl uenciar o consumidor na hora da decisão fi nal. “A carne de boi tá muito cara. Eu comecei a substituir por frango e pelo porco”, conta a enfermeira de Marechal Rondon, Ana Maria Lenz, de 56 anos.

Com um suculento pedaço de pernil no carrinho de compras, ela diz que “hoje o porco tem uma carne magra” e que o número de cortes favorece a escolha. “São várias opções de cortes para escolher”, diz. “Estou comendo mais (carne suína)”, emenda.

A enfermeira faz parte de um grupo de clientes que fez aumentar as vendas de carne suína nos últimos meses em uma loja do Supermercado Copagril da cidade. “Estamos vendendo bem mais carne suína neste ano. Calculo que aproximadamente 25% a mais. Por mês,  comercializamos entre dez e 12 mil quilos”, revela o açougueiro-chefe Gerson Rehm.

Ele explica que a preferência é pela carne in natura, mas os congelados também têm seu espaço. “Vendemos em torno de 120 carcaças por mês (cortes), além de aproximadamente 30 leitões inteiros e dois mil quilos de congelados, como costelinha e lombo”, comenta o açougueiro.

Ainda segundo Rehm, a dona de casa escolhe a carne suína para preparar especialmente durante a semana. “De segunda a quarta-feira o suíno é o carro-chefe aqui no açougue”, conta. Nos outros dias, a carne bovina ainda é a mais procurada.

Vendendo o peixe, ou melhor, o suíno

Em 13 de setembro a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), órgão máximo do  país na promoção e divulgação dessa proteína, lançou a 4ª edição da Semana Nacional da Carne Suína. Ação é uma parceria com o Grupo Pão de Açúcar (GPA), maior varejista do Brasil, que espera crescer 20% nas vendas da categoria nas lojas Extra e Pão do Açúcar de todo o país se comparado à edição de 2015. A ação conta com o apoio do Sebrae Nacional.

Nas lojas, equipes motivadas e capacitadas orientam consumidores sobre os benefícios da proteína mais consumida no mundo. Os clientes também são intimados a degustar a carne e recebem materiais próprios de comunicação da campanha, como cartazes, folhetos e folders de receitas com o conceito “Escolha + Carne Suína”.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, conta que o objetivo da campanha, que se estende ao longo do ano, é promover o consumo da carne suína, ofertando ao consumidor informações nutricionais e que desmistificam mitos sobre essa proteína. “Estamos vivendo uma transformação da carne suína brasileira. Estamos conseguindo desmistificar mitos, apesar de ainda termos desafios gigantescos, mas o caminho está traçado”, frisa Lopes.

Para o presidente da ABCS, a carne ganha mercado porque vai ao encontro do que o consumidor quer: uma carne magra e suculenta. “Estamos caminhando constantemente em um processo de transformação, mostrando o que a gente tem de melhor, que é a carne que produzimos. Hoje produzimos uma carne tão sem gordura que temos tido problemas para exportar para o Japão. Atingimos o nível de excelência que o consumidor quer. A carne suína é a bola da vez”, avalia Lopes.

Fuçadinhas

– A carne de porco é uma das mais antigas formas de alimentação, tendo sido o animal domesticado por volta de 5.000 a.C. A sua natureza adaptável e dieta onívora permitiram que os humanos o domesticassem, muito antes que qualquer outro animal, como o gado. Era mais utilizado como alimento, mas também sua pele servia de abrigo, seus ossos de ferramentas e armas, e seus pelos de escovas.

– O porco tipo banha tinha espessura do toucinho entre cinco a seis centímetros e apresentava 40-45% de carne magra. O suíno moderno, graças aos programas de genética e nutrição, apresenta 55-60% de carne magra e apenas um a 1,5 centímetro de espessura de toicinho.

– A produção brasileira de carne suína registrou crescimento de 4,95% em 2015 na comparação com o ano anterior, totalizando 3,643 milhões de toneladas. Em cabeças, foram 41,3 milhões animais produzidos no ano, total 3,42% maior que o registrado em 2014. É esperado crescimento mais moderado neste ano, por volta de 3%.

– A carne suína e uma excelente fonte de proteínas, aminoácidos, vitaminas B1, B2, PP, B6 e B12, ácidos graxos, ferro, selênio, fósforo, niacina, riboflavina, potássio e zinco, além de baixo teor de gordura – uma porção de 100g de lombo suíno aparado contribui somente com 6% das calorias numa dieta de 2 mil kcal

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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