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Produção de perus: a avicultura além de frango e ovos

Brasil tem 7% da produção mundial de perus; O Presente Rural foi até Francisco Beltrão, que concentra a produção do Paraná, estado líder nessa atividade

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O censo comum leva a crer, mas a produção avícola do Brasil vai muito além da criação de ovos e frangos, que faz do país o segundo maior produtor e principal exportador dessa ave no mundo. Uma das vertentes é a produção de perus, que se intensifica no segundo semestre por ser um prato típico das festas de fim de ano. Apesar disso, mais de 30% da produção nacional é destinada à exportação. A reportagem de O Presente rural foi até Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, para conhecer um pouco mais dessa realidade, lucrativa, mas extremamente rigorosa nos conceitos de sanidade e bem estar animal. O desafio do setor é ampliar o mercado doméstico, que consome apenas 1,7 quilo de peru per capita por ano, bem diferente do “primo rico” (45 quilos/per capita/ano).

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil representa aproximadamente 7% da produção mundial do mundo em carne de peru. Em 2014 – dados mais recentes consolidados -, o país produziu 327 mil toneladas. A criação se concentra nos estados de Goiás (19,14%), Minas Gerais (9,24%), Santa Catarina (24,75%), Paraná (29,31%) e Rio Grande do Sul (17,56%). No país, conforme a ABPA, são aproximadamente 2,5 mil produtores e cinco centros industriais, sendo que estes centros são de apenas duas empresas.

De acordo com a especialista corporativo de perus da BRF, Isabella Lourenço dos Santos, a atividade tem relação direta com o consumo mundial de outra proteína, a suína. Quando o suíno está caro, aumenta o consumo de peru. Quando o concorrente está mais barato, o consumo de peru cai. Além disso, o mercado europeu, que basicamente dita o ritmo de consumo, segundo Santos, impõem barreiras que norteiam a produção. “O sistema de produção de perus tem menos elasticidade que o de frango. Como cerca de 38% da produção é destinada à exportação, a demanda varia muito de acordo com o balanço mundial de proteína suína. Quando a carne suína está cara, o peru entra com a carne que não é de peito como substitutivo. Já quando a proteína suína barateia, o peru deixa de ser utilizado. De maneira geral, o sistema se mantem estável em termos de volume de produção, até mesmo porque o mercado que dita o cenário internacional é o Europeu e ele impõe algumas barreiras comerciais, como cotas de alguns produtos ou sobre taxas sobre outros, que limitam os volumes”, cita.

De acordo com a especialista, o sistema agroindustrial se assemelha ao do frango, especialmente por ser verticalizado e baseado em produção integrada, mas se difere principalmente no tempo e nas fases de criação. “Em função de características muito específicas dos animais, dividimos o sistema em duas fases de criação. A primeira é chamada de Sistema Iniciador de Perus (SIP), cujo objetivo é recriar aves uniformes e dentro da curva de peso padrão para serem transferidas para propriedades de terminação para termino do ciclo de produção de aves prontas para abate. Aves são recriadas e permanecem de os primeiros 30 dias nos núcleos de SIP”, comenta. “Já a segunda fase de criação é o Sistema Terminador de Perus (STP). O objetivo dessa fase é a engorda de aves uniformes e dentro da curva de peso padrão. Aves são recriadas e permanecem de 30 dias até 145 dias (macho) nos núcleos de STP”, amplia.

Essa diferença de tempo está no tipo de ave a ser produzida. “Este tempo (no STP) pode variar em função do sexo e do tipo de animal que se produz. Fêmeas de corte permanecem até atingirem aproximadamente 12 quilos ou 110 dias de vida, enquanto os machos permanecem até atingirem aproximadamente 20 quilos ou 140 dias de vida. Ainda e talvez o mais tradicional e de conhecimento do público brasileiro, é o peru de Natal, para o qual são utilizadas fêmeas de aproximadamente 4 quilos ou 60 dias de vida”, explica Santos. Ela salienta que o Brasil é o único país que consome a ave natalina com um peso tão baixo, o que, em sua opinião, provavelmente está relacionado a questões culturais, inclusive pelo tamanho das famílias.

A profissional explica que basicamente os processos para produzir frangos e perus se assemelham. “A realização de lotes de qualidades estão atribuídos a um ambiente adequado, que envolve temperatura e qualidade de ar, para atender as necessidades das aves, um incremento nutricional que forneça nutrientes de qualidade, tanto na água quanto na ração, e um programa eficaz de biosseguridade e controle de doenças. Na parte reprodutiva existem pequenas diferenças, como a criação de machos e fêmeas separados e o uso de inseminação artificial para a produção de ovos férteis, que darão origem às matrizes ou aos animais de corte”.

Riscos

Isabella explica que “para a obtenção de um sistema competitivo e rentável para a produção e exportação de perus, devem ser adotadas medidas que possibilitem a identificação e redução de riscos à saúde dos planteis e do próprio homem, entre eles os riscos causados pela Salmonella merecem destaque”. “Por ser um produto de muita exportação, as legislações europeias principalmente exigem produtos livres de salmonella ssp, sendo necessário um programa robusto de biosseguridade para eliminação desse e demais agentes”, revela.

Outro risco à produção de perus, diz a especialista, está relacionado com a suscetibilidade a problemas respiratórios. De acordo com ela, o segredo para evitar esses problemas é associar um bom manejo para as aves e garantir qualidade de ar. “É necessário adequar a taxa de ventilação e fazer uso da ventilação mínima para manter a qualidade de ar e atender a demanda de oxigênio das aves, visando bem estar”. Outro ponto de atenção apontado por Santos é relacionado aos problemas locomotores associados à formação óssea e o ganho de peso da ave.

Desafios

Para a profissional, o mercado interno para produtos à base de peru ainda não é tão competitivo como o potencial da carne de frango. Ela entende que “as limitações no mercado interno estão relacionadas basicamente ao preço e à sazonalidade do produto”. “Por carregar um custo de produção mais alto, é uma proteína que chega ao consumidor a um preço mais elevado que a proteína de frango”, justifica.

“Além disso, o consumo brasileiro per capita é de aproximadamente 1,7 quilo ao ano, o que se difere muito dos países europeus. Sem dúvidas, alavancar a produção de perus para atendimento do mercado interno é um dos desafios da cadeia. Os europeus e até mesmo os americanos têm um consumo regular da proteína, o que não acontece no país por falta de novos produtos e divulgação dos benefícios associados à essa carne”.

Segundo ela, os benefícios relacionados com a carne de peru são inúmeros e a proteína está realmente relacionada a dietas saudáveis e hábitos alimentares melhores. “Na lista de benefícios, podemos citar a redução dos níveis de colesterol a melhora na resistência do sistema imunológico, alto teor de proteína, fonte de várias vitaminas e minerais essenciais. Além disso, o peito de peru é considerado uma carne branca e possui um menor nível de gordura comparado com as carnes mais escuras”, enumera.

Outros fatores que desafiam o setor são melhorar cada vez mais as condições sanitárias dos planteis avícolas e investir na inovação de produtos, principalmente que atendam o mercado interno.

2016 e 2017

Santos explica que 2016 está sendo um ano de oscilações na atividade e espera conquista de mercados para 2017. “No ano de 2016 o setor passou por constantes alterações. Com os vários casos de influenza nos Estados Unidos, o Brasil alavancou as vendas e a produção no final de 2015 e início de 2016, e mercados como o Chile passaram a fazer parte das exportações provenientes do Brasil. Entretanto este final de ano está sendo desafiador com a mudança de cenário da carne suína na Europa e a recuperação do status sanitário dos Estados Unidos. O próximo ano será de desafios no início e de retomada de mercados a partir da metade do ano”, destaca.

Entre os produtos feitos a partir da ave estão o peru inteiro, temperado ou não, e produtos processados a base de peru, como salsicha, presunto, blanquet e lasanha, além de presunto defumado de peru e pescoço de peru. Segundo Santos, México, China e União Europeia lideram as importações mundiais de carne de peru.

Principal Produtor

O Paraná é o estado líder na produção de perus, com criações concentradas no Sudoeste. Segundo Santos, a criação de perus é um importante segmento na economia no estado, gerando empregos diretos e indiretos no setor e incrementando a economia paranaense. “Basicamente as atividades se concentram na cidade de Francisco Beltrão, que vem apresentando crescente importância especialmente nas exportações de cortes a base de peru. Além disso, grande parte da produção de aves natalinas está concentrada no Sudoeste paranaense. Atualmente o Paraná é responsável por 29,31% dos abates de peru no país. É considerado o estado com maior porcentagem na criação no Brasil”, comenta.

A Reportagem foi a Beltrão, onde encontrou o avicultor Nelso Massetto, criador de perus desde 1998. Ele é integrado à BRF, empresa que detém mais de 82% do mercado nacional. Para ele, biosseguridade e bem estar animal são palavras de ordem. Tanto é que a equipe de O Presente Rural não teve acesso às aves.

Dentista aposentado pelo Exército Brasileiro, Massetto buscou na atividade uma segunda renda, ainda em 1998. Hoje, foca em segurança nos protocolos para produzir carne de qualidade e, segundo ele, ter um bom retorno do investimento. “Em todos esses anos produzindo a gente tem acompanhado o aprendizado em biosseguridade e bem estar animal. Esse é o nosso principal foco hoje em dia”, comenta.

“A biosseguridade é coisa séria. Cuidamos muito na proteção das aves, com ações para bloquear os processos de contaminação dentro da propriedade. Por exemplo, no manejo a gente permanece o mínimo de tempo possível dentro do galpão. E bem estar animal é o que o mercado exige. Estamos atentos em ações como maciez do piso, água de qualidade, ração cada vez melhor. Se o animal dorme bem, se alimenta bem, tem ar de qualidade, lá na frente você vai ter uma carne de qualidade”, pontua. Em dois galpões, Massetto aloja entre seis e sete mil aves. De acordo com o avicultor, o peru produzido é aquele de 20 quilos, destinado à exportação.

Mão de Obra e Lucros

Para o produtor, manter padrões garante um bom rendimento, mas a dificuldade está em encontrar mão de obra qualificada para trabalhar na fazenda. “Falo que não sou avicultor, estou avicultor! Moro em Curitiba, mas tive que vir pra cá por falta de mão de obra. Está se tornando uma profissão manejar aves, mas ainda tem muita gente desqualificada”, cita. “A exigência do mercado é cada vez maior. Não é só ser trabalhador braçal, tem que ser intelectual ali dentro (do aviário), no manejo, na lida com essas aves”, reforça.

O produtor de perus paranaense garante que a atividade gera boa renda, desde que aplicadas as práticas mais atuais de produção. “Se você manter um padrão ótimo de produção, de acordo com parâmetros exigidos, é um bom investimento financeiro. Estou satisfeito”, define.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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